Categoria Geral  Noticia Atualizada em 22-09-2010

Baleias e pingüins no litoral capixaba
Carcaça de filhote de baleia Jubarte que chegou à praia de Castelhanos no início de setembro.
Baleias e pingüins no litoral capixaba
Foto: Cláudia Marinuzzi

Nos últimos meses os órgãos ambientais do Espírito Santo registraram um alarmante número de encalhes de baleias nas praias do estado. Para se ter uma idéia, entre os dias 1º de julho e 14 de setembro, o Instituto Orca, ONG de conscientização ambiental que monitora a presença irregular de pingüins e mamíferos marinhos no litoral capixaba, registrou dezenove encalhes de baleia Jubarte.

Segundo o veterinário Elitieri Neto, do Instituto Baleia Jubarte, existem diversas causas para as mortes e encalhes de baleias, que vão desde fatores naturais a interações relacionadas com a ação do homem. "O elevado número de encalhes neste ano ainda está em estudo, os pesquisadores do instituto estão trabalhando com algumas hipóteses, dentre elas: o aumento da população de baleias, que migra para costa do Brasil e alterações climáticas nas áreas de alimentação, causando uma diminuição na disponibilidade de alimentos para essa população de baleias."

Durante os meses de inverno, é comum nos deparamos com a presença de um ilustre visitante migratório em nossas praias, o pingüim. Sempre que isso acontecer, precisamos avisar aos órgãos ambientais, pois o animalzinho necessitará de cuidados especiais, uma vez que, em condições normais, ele não chegaria ao litoral.
Os pingüins saem da Patagônia, e vêm para o Brasil através de uma corrente marítima chamada Malvinas. "Esta corrente ocorre em nossa costa durante o inverno e é repleta de alimentos. Normalmente, os animais tendem a retornar para o Sul no inicio da primavera, auxiliados pela corrente do Brasil – corrente quente. Porém, na primavera e verão, os pingüins não necessitam descansar em terras brasileiras. Assim, qualquer animal dessa espécie que apareça nas praias – fora da região das suas colônias reprodutivas argentinas – representa uma anormalidade no ciclo daquele indivíduo", explica a jornalista Isis Nóbile Diniz, do blog xis xis.
De acordo com Marcelo Pompermayer, Secretário de Meio Ambiente de Anchieta, no período do inverno é desenvolvida uma atividade extra na secretaria. "Neste período, resgatamos um número alto de pingüins que chegam ao município, entre 15 e 20 por semana". Para atender a esta alta demanda, o órgão criou uma unidade de atendimento para animais silvestres marinhos, habilitada a prestar os primeiros socorros, sempre em parceria com o Instituto Orca e com o Ibama. Segundo Marcelo, em seqüência ao tratamento inicial, os animais são encaminhados a Siribeira Iate Clube, em Guarapari, onde aguardam, em condições apropriadas, o seu encaminhamento ao país de origem.

Luiz Cláudio Saad, Secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Marataízes, diz que o município também está atento à ocorrência de pingüins e mamíferos marinhos: "cada pingüim que chega à costa é notificado ao Instituto Orca e encaminhado ao clube Siribeira, para seu restabelecimento e reintrodução ao habitat natural."

No feriado de Setembro um outro animal marinho foi emcontrado no município de Marataízes. O mar levou às proximidades do Camping Jubarte a carcaça de um lobo marinho. Conhecedores da importância de fazer contato com o órgão ambiental, os moradores avisaram o Instituto Orca sobre o ocorrido, e, assim, foi efetuado o adequado registro da ocorrência.
Cada vez que a população detectar um encalhe ou a presença de pingüins cetáceos (baleias e golfinhos) ou algum animal marinho não identificado, em região próxima à praia, deve entrar em contato com o Instituto ORCA, através do fone (27) 3329-4208. O órgão também disponibiliza o e-mail [email protected], mas lembramos que o contato deve ser priorizado através do telefone, pois a maioria das ocorrências requer urgência no atendimento. Os representantes da ONG vão até o local e, conhecedores dos procedimentos necessários, realizam o atendimento e remoção dos animais vivos e, quando os animais já estão mortos, os profissionais fazem a necropsia das carcaças, registram a ocorrência e procuram entender os motivos do falecimento, visando à preservação desses animais. Os pescadores, principalmente, têm um papel muito importante no que diz respeito a avisar ao órgão competente, pois, como eles ficam mais tempo no mar, possuem uma visão privilegiada das águas.
Informações importantes

- Sempre que houver uma ocorrência de baleia, golfinho ou pingüim, devemos avisar aos órgãos ambientais locais (Instituto Orca e Secretarias Municipais de Meio Ambiente).
- Não tocar nos animais e nas carcaças, pois os mesmos podem apresentar doenças ou estar em decomposição, o que acarreta prejuízos à saúde de adultos e crianças.
- Dentro do possível, o local deve ser isolado, preservando a integridade física do animal e evitando, assim, o contato indevido.

Saiba o que fazer quando encontrar um cetáceo (golfinho ou baleia) vivo:

http://institutoorca.blogspot.com/2010/02/primeiros-socorros-um-cetaceo.html

Saiba o que fazer quando encontrar um cetáceo (golfinho ou baleia) morto:

http://institutoorca.blogspot.com/2008/06/o-que-fazer-quando-encontrar-um-cetceo.html

Contato Instituto ORCA:
Organização Consciência Ambiental - Instituto ORCA
Contato: (27) 3329 4208 (segunda a sexta, horário comercial)
(27) 9961-6349 (telefone de plantão – para ocorrências fora dos dias e horários comerciais)


Redação: Isabella Marinuzzi
Legenda da foto: Carcaça de filhote de baleia Jubarte que chegou à praia de Castelhanos no início de setembro.
Crédito da foto: Cláudia Marinuzzi


    Fonte: Redação: Isabella Marinuzzi
 
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