Categoria Informativo  Noticia Atualizada em 13-10-2010

Entrada de dólares no país segue alta no início de outubro
Pelo segmento financeiro, US$ 3,26 bi entraram na parcial de outubro. Para frear ingresso de divisas e queda do dólar, governo mexeu no IOF.
Entrada de dólares no país segue alta no início de outubro
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O Banco Central informou nesta quarta-feira (13) que US$ 3,26 bilhões entraram na economia brasileira em outubro pelo segmento financeiro em outubro, na parcial até a última sexta-feira (8). Com isso, a média diária de ingresso de recursos somou US$ 544 milhões neste mês, uma vez que o período contou com seis dias úteis.

Este valor não engloba as operações da balança comercial, que registraram saída de US$ 1,08 bilhão na parcial deste mês, por conta do forte crescimento das importações.

Média alta
Os números do BC mostram que a média, por dia útil, de entrada de divisas na economia brasileira no início deste mês pelo segmento financeiro está próximo do registrado em setembro, quando foi contabilizado o ingresso de US$ 796 milhões por dia útil.

No mês passado, a entrada de recursos pelo segmento financeiro somou US$ 16,71 bilhões, influenciada pela capitalização da Petrobras, e bateu recorde.

A média diária de US$ 544 milhões de ingresso de recursos no país no início de outubro, pela conta financeira, está bem acima do registrado entre os meses de janeiro a agosto deste ano. Neste período, a média diária de entrada de divisas na economia brasileira foi de US$ 29 milhões.

Aumento do IOF para estrangeiros em renda fixa
Para tentar conter o ingresso de dólares na economia brasileira, e a pressão da queda da cotação da moeda norte-americana (fator que barateira exportações e torna as compras do exterior mais baratas), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou no dia 4 de setembro o aumento do IOF para aplicações de estrangeiros em renda fixa. A alíquota destas operações passou de 2% para 4% no dia seguinte.

Números do BC mostram, porém, que, no primeiro dia da nova alíquota do IOF para estrangeiros (5 de outubro), US$ 79 milhões ingressaram no país. No dia seguinte, 6 de outubro, outros US$ 730 milhões entraram no Brasil. Em 7 e 8 de outubro, por sua vez, houve o ingresso de US$ 251 milhões e US$ 114 milhões pela conta financeira, respectivamente.

Entre os dias 5 e 8 deste mês, após o aumento do IOF, US$ 1,17 bilhão ingressaram no país, ou US$ 293 milhões por dia útil. Valor que, embora tenha caído frente aos dois primeiros dias úteis de outubro (US$ 1,04 bilhão), ainda está bem acima da média diária de US$ 29 milhões registrada entre janeiro e agosto deste ano.

Também está acima da entrada de US$ 144,3 milhões por dia útil registrada em abril de 2010 (a maior média diária deste ano, retirando o mês de setembro - que teve a operação da Petrobras).

Compras do BC
Os dados do Banco Central revelam que a instituição continuou comprando dólares no mercado à vista no início do mês de outubro. Na parcial deste mês, até o dia 6, última sexta-feira, a autoridade monetária efetuou a aquisição de mais US$ 2,76 bilhões.

Em setembro, já havia comprado o valor recorde, para um mês fechado, de US$ 10,75 bilhões. Neste ano, até 8 de outubro, o Banco Central comprou US$ 32,12 bilhões no mercado à vista.

Na última semana, também para tentar impedir uma queda maior do dólar, o Tesouro Nacional foi autorizado a comprar mais dólares no mercado à vista.

Histórico de ingresso de recursos
Dados do BC mostram que foi contabilizada entrada de divisas pela conta financeira somente em nove anos dos 21 anos que abrangem a série histórica do BC, que tem início em 1982. Foram registrados ingressos de dólares na economia entre 1992 e 1998, em 2000, e, mais recentemente, em 2007.

Os maiores valores foram registrados em 1996, 1997, 1998 e 2007, quando, respectivamente, entraram no país US$ 15 bilhões, US$ 17 bilhões, US$ 6,46 bilhões e US$ 10,7 bilhões. Entre 1996 e 1998, o período foi marcado pelas privatizações (Light, Vale do Rio Doce e sistema Telebrás).

Em 2007, ano mais recente, a média diária de ingresso de recursos na economia brasileira, ainda pela conta financeira, somou US$ 42,83 milhões. Ou seja, valor bem abaixo dos US$ 796 milhões de setembro (caracterizado pela operação da Petrobras) e dos US$ 544 milhões do início de outubro de 2010.

Fonte: Alexandro Martello Do G1, em Brasília
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir