Categoria Politica  Noticia Atualizada em 13-10-2010

Dilma diz que campanha se tornou "assertiva" não "agressiva"
"Fui atacada de forma clara", disse sobre fala da mulher de Serra. Segundo presidente do PT, campanha não aceitará "argumentos medievais".
Dilma diz que campanha se tornou
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A candidata Dilma Rousseff (PT) afirmou nesta terça-feira (12) que não considerou agressivo o tom que sua campanha assumiu após o debate na TV Bandeirantes no último domingo (10), quando ela lembrou uma fala em que a mulher de José Serra (PSDB) teria dito que a petista é a favor de "matar criancinhas". Na manhã desta terça (12), Dilma participou de um evento promovido pelo PT em Brasília para a comemoração do Dia das Crianças.

"Eu não usaria a palavra "agressivo", eu acho que mais "assertivo". Porque não houve nenhum ataque pessoal, houve afirmação de propostas. Agressiva ela [a campanha] esteve no primeiro turno, quando houve a campanha de boatos, ou quando as pessoas que acusavam não apareciam", declarou a candidata.

Dilma afirmou que apenas constatou o que foi registrado pela imprensa. "Eu fui atacada de forma clara. Quem deixou claro que eu estava sendo atacada foram até vocês [jornalistas], que registraram em todos os jornais há um mês atrás a fala da senhora Mônica Serra contra mim. E não era uma fala suave, era que a Dilma é a favor de matar criancinhas. De fato, um absurdo notório. Então, eu não acusei ninguém de nada. Eu constatei o que vocês noticiaram e está gravado", disse.

José Eduardo Dutra, presidente do PT e um dos coordenadores da campanha da presidenciável, também esteve no evento e atacou a campanha adversária.

"Não há mudança na tática. O que nós decidimos é que não vamos aceitar calados os ataques de uma campanha que tem se utilizado de argumentos medievais para atacar. Eles têm uma campanha na televisão, onde fazem o debate político, e ao mesmo tempo, no submundo, no subterrâneo, têm uma campanha com argumentos absolutamente medievais", afirmou.

O presidente do PT também falou sobre o tom assumido por Dilma no debate de domingo. "Cada debate é um debate. Nós avaliamos que naquele momento era importante colocar de forma muito assertiva essa questão, e vamos combinar a reação a calúnias e ataques com propostas, porque afinal de contas é isso que o povo brasileiro espera", afirmou.

Dutra confirmou a presença da candidata em outros dois debates televisivos, o da Rede TV no próximo domingo (17) e da Rede Globo no dia 28 de outubro.

Dilma afirmou que o tom morno que os debates podem assumir no primeiro turno por conta do número de candidatos apresentando propostas não existe mais no segundo turno. "Muda porque aí são dois candidatos, um na frente do outro, tem olho no olho, em que as propostas têm que ser claras e as diferenças também", disse.

O candidato do PT ao governo do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, que também está no segundo turno, não compareceu ao evento. "Estou sabendo disso agora, e se ele de fato não vem é porque teve um motivo muito importante", declarou o presidente do partido.

Privatização

José Eduardo Dutra falou também sobre o retorno ao assunto da privatização observado no debate. "A privatização não voltou ao discurso do PT, ela voltou ao debate a partir de afirmações de pessoas da campanha do Serra que dizem que vão privatizar o pré-sal. Por mais que eles façam exercícios retóricos, voltar ao modelo de concessão para o pré-sal significa na prática você vender um bilhete premiado", declarou.

Ele afirmou que a campanha de Dilma quer que José Serra explicite sua posição a respeito da privatização. "A bancada do PSDB no Congresso votou contra o modelo de partilha para o pré-sal, o senhor David Zylberstein (assessor na campanha de Serra para a área de petróleo) disse que defende a volta do modelo de concessão para o pré-sal, e o modelo de concessão significa que, depois que o petróleo é descoberto, ele passa por propriedade de quem o descobriu. Ou seja, privatização", disse Dutra.


Dia das Crianças

Dilma Rousseff aproveitou o evento e a data para defender suas propostas em favor das crianças e adolescentes, ressaltando as promessas de construir 6 mil novas creches em todo o Brasil e de dar celeridade ao processo de adoção no país.

"Hoje eu quero enfatizar a minha proposta das 6 mil creches. Assegurar a creche é garantir que você está atacando na raíz da desigualdade. Permite que a gente resgate toda uma geração de brasileiros e brasileiras para que tenhamos de fato pessoas mais capacitadas, trabalhadoras, com formação e com melhores empregos", disse.

A presidenciável destacou que hoje as crianças disponíveis para adoção que têm mais de sete anos de idade são adotadas principalmente por europeus, americanos e japoneses, e não por brasileiros. "Nós temos que fazer uma campanha mobilizando toda a sociedade civil, para que o nosso país adote as crianças que hoje, por vários motivos, estão em abrigos, não têm o apoio de uma família", declarou. Segundo ela, o tema poderia ser incluído em 2011 na Campanha da Fraternidade, promovida anualmente pela Igreja Católica no Brasil.

"Agora, o que o governo pode fazer é assegurar que as varas que cuidam do processo de adoção tenham mais juízes, mais funcionários. Porque geralmente, se você tiver uma equipe adequada nesse juizado, junto com esses juízes, você pode acelerar esse processo de adoção. O processo pode levar de três a seis meses. No Brasil ele chega a levar um ano, um ano e meio. E um dos motivos pelos quais isso ocorre é a falta de funcionários para essas varas", afirmou.

Após falar à imprensa, Dilma Rousseff tirou fotos com crianças e apoiadores de sua candidatura, e também ajudou a fazer pinturas em rostos de crianças.

Fonte: Fábio Tito Do G1, em Brasília
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir