Categoria Entretenimento  Noticia Atualizada em 14-10-2010

“Não fiz um filme para interferência eleitoral”
José Padilha diz que candidatos não têm o que dizer sobre Segurança Pública
“Não fiz um filme para interferência eleitoral”
Foto: www.maratimba.com

O assunto principal foi o filme que já levou mais de 2 milhões de pessoas aos cinemas em apenas quatro dias. Mas seria impossível falar de Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro e não falar de política. Apesar de ser lançado a três semanas da definição do próximo presidente do Brasil e falar sobre milícias e políticos corruptos, o diretor José Padilha afirma que não fez um filme para ter interferência eleitoral.

No debate realizado pelo jornal Folha de S.Paulo e o Cine Livraria Cultura, na última quarta-feira (13), na capital paulista, Padilha disse que o filme só entrou em cartaz agora porque não ficou pronto a tempo de ser lançado em agosto- data prevista para a finalização.

Questionado se seu filme pode favorecer um ou outro candidato neste momento, o diretor acha a pergunta engraçada, nega e diz que nenhum dos dois partidos tem o que dizer sobre o tema central de Tropa 2.

- Apesar de as pesquisas mostrarem que é o assunto que o povo mais quer ouvir, eles não falam nada, porque nem PSDB, nem PT colocaram um plano de Segurança Pública em prática nos oito anos que ficaram no poder. Não têm experiências anteriores para falar a respeito.

Padilha brinca e diz que por enquanto só recebeu elogios de políticos e que "vez ou outra alguém deve se reconhecer na tela" e isso é o que vale.

- Nenhuma reclamação por enquanto. E acho melhor que se calem para sempre.

Ao lado do diretor, Wagner Moura – o coronel Nascimento – tenta justificar os aplausos e gritos de aprovação do público em cenas de violência, como a dos socos do coronel em Guaraci, secretário de segurança pública do Rio de Janeiro da história.

- O filme é uma catarse emocional. Todo mundo já quis dar uns tapas em um deputado safado.

Padilha e Moura fazem couro quando questionados sobre a violência exposta na tela grande. Para o diretor, não é porque o coronel Nascimento faz aquilo no filme que as pessoas vão sair fazendo o mesmo. Moura, que diz achar ruim "tantas crianças terem visto Tropa 1", concorda que há filmes americanos tão violentos ou mais do que o longa brasileiro.

Apesar da dureza e da força de Nascimento, Moura diz que o coronel é frágil desde o primeiro filme. Para ele, a fragilidade do personagem fica exposta na frequente dúvida do policial entre a carreira na polícia e a vida pessoal, com os problemas com a mulher, no primeiro filme, e na dificuldade de relacionamento com o filho, no segundo.

Sobre o sucesso de bilheteria, Padilha é modesto e diz que só pensava em 50% do que já rendeu até agora. E deixa o público um tanto decepcionado quando diz que não haverá um Tropa 3. Um tanto, pois como ele mesmo disse, "não havia nenhum plano de fazer o 2; hoje digo que não haverá o 3".

Já sobre os rumores de que Spielberg teria comprado os direitos de Tropa 2 para exibição nos Estados Unidos, mais uma vez ele ri e diz que não passa de boato.

Fonte: Camila de Oliveira, do R7
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir