Categoria Informativo  Noticia Atualizada em 21-10-2010

Mãe de primo de Bruno diz que tio o pressionou a denunciar
Durante a audiência que aconteceu na tarde de quarta-feira no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte (MG), a mãe de J., o adolescente de 17 anos primo do goleiro Bruno de Souza, foi ouvida pelo juiz titular da Vara de Precatórias Criminais de Belo Horizonte,
Mãe de primo de Bruno diz que tio o pressionou a denunciar
Foto: www.maratimba.com

Durante a audiência que aconteceu na tarde de quarta-feira no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte (MG), a mãe de J., o adolescente de 17 anos primo do goleiro Bruno de Souza, foi ouvida pelo juiz titular da Vara de Precatórias Criminais de Belo Horizonte, Marco Aurelio Ferenzini. Segundo ela, o adolescente teria prestado depoimento à polícia do Rio de Janeiro "pressionado" pelos policiais cariocas e também pelo tio dele, pelo tio dele, primeira pessoa a revelar, em uma rádio, as circunstâncias da suposta morte de Eliza Samudio.

A mulher afirmou que o "tio de consideração" do jovem tornou público o envolvimento do menor no caso porque "ele teria recebido (uma suposta) recompensa de R$ 50 mil", oferecida a quem soubesse do paradeiro da vítima. A mulher não soube informar quem teria pago a quantia.

O adolescente apontou, no depoimento prestado em junho no Rio de Janeiro, o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, como o executor da ex-amante de Bruno. No entanto, o garoto mudou a versão pelo menos outras três vezes, sob a alegação de que teria dado as declarações sob pressão dos policiais cariocas e também mineiros, já em Belo Horizonte, quando prestou depoimento à delegada Ana Maria Santos no centro de internação provisória onde cumpre pena por envolvimento no caso.

O caso
Eliza desapareceu no dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno.

No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, de 4 meses, estava lá. A atual mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante depoimento, um dos amigos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado.

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza seguindo denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio no dia 6 de julho, um motorista de ônibus disse que seu sobrinho participou do crime e contou em detalhes como Eliza foi assassinada. O menor citado pelo motorista foi apreendido na casa de Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em dois depoimentos, admitiu participação no crime. Segundo a polícia, o jovem de 17 anos relatou que a ex-amante de Bruno foi levada do Rio para Minas, mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola ou Neném, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Todos negam participação e se recusaram a prestar depoimento à polícia, decidindo falar apenas em juízo.

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno responderá como mandante e executor do crime. Além dos oito que foram presos inicialmente, a investigação apontou a participação da atual amante do goleiro, Fernanda Gomes Castro, que também foi indiciada e detida. O Ministério Público concordou com o relatório policial e ofereceu denúncia à Justiça, que aceitou e tornou réus todos os envolvidos. O jovem de 17 anos, embora tenha negado em depoimentos posteriores ter visto a morte de Eliza, foi condenado no dia 9 de agosto pela participação no crime e cumprirá medida socioeducativa de internação por prazo indeterminado.

Fonte: Ney Rubens Direto de Belo Horizonte
 
Por:  Adriano Costa Pereira    |      Imprimir