Categoria Politica  Noticia Atualizada em 04-11-2010

Presidente da Câmara dos EUA deverá enfrentar resistência
John Boehner terá menos de dois anos para mostrar que Partido Republicano é antídoto contra os males de Washington
Presidente da Câmara dos EUA deverá enfrentar resistência
Foto: AFP

Ao liderar seu partido ao triunfo eleitoral, o deputado John Boehner, o próximo orador da Câmara, não chega ao fim do jogo. Ele está no início de sua próxima luta - a mais difícil delas.

Confiando em suas décadas de experiência no funcionamento interno da Câmara, Boehner, de Ohio, tem agora menos de dois anos para mostrar que o Partido Republicano é o antídoto para os males de Washington, com bancadas discordantes, uma economia estagnada, uma hostil Casa Branca com poder de veto e a longa sombra de 1994 diante de si.

Suas promessas em nome da nova maioria da Casa – reduzir o tamanho do governo, criar empregos e alterar fundamentalmente a forma como o Congresso conduz seus negócios – são, na maioria, tão nobres quanto pouco específicas, e seus esforços para torná-las realidade devem ser feitos com ações ambiciosas dentro de seu próprio partido e uma nova safra de integrantes do movimento Tea Party (alguns dos que parecem acreditar que são eles, e não ele, que comandam o show).

As exigências feitas a Boehner pelos eleitores são muitas e nem todas compatíveis. Segundo pesquisas, há uma ânsia para se ver o atual sistema reformado, mas de preferência sem bloqueios ou rancor. Os eleitores querem que os gastos federais sejam reduzidos, mas também querem manter benefícios onerosos. Eles rejeitam com raiva o que existe, mas não têm uma visão claramente articulada do que seria melhor.

Na verdade, Boehner e seu partido não receberam um mandato claro do eleitorado, que, segundo pesquisas, rejeitaram qualquer agenda política mais do que se uniram em torno de uma. Uma exigência ressoou bem alto: a redução dos gastos federais imediatamente, que é um objetivo particularmente difícil. No entanto, entre as primeiras coisas que Boehner disse que vai procurar realizar estão a reversão do programa Medicare e o prorrogamento do termo dos cortes de impostos da era Bush, medidas difíceis de conciliar com o compromisso de frear a dívida nacional.

Presidência

Boehner, que se tornará o segundo na linha para a presidência em janeiro, tem respondido às forças contraditórias que levaram à vitória dos republicanos com mensagens igualmente mistas. Ele fez discursos sobre a inclusão e, em seguida, escreveu mensagens no Twitter denunciando qualquer tipo acordo entre os partidos.

Ele é específico sobre a quantidade de cortes de gastos que busca – US$ 100 bilhões – , mas diz pouco sobre como vai chegar lá. Em discursos durante uma excursão de campanha por Ohio, no fim de semana, ele prometeu que as coisas seriam "diferentes" em Washington, mas depois voltou ao tema que adotou nos últimos dois anos de denegrir o presidente Barack Obama.

Fonte: ultimosegundo.ig.com.br
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir