Categoria Geral  Noticia Atualizada em 04-11-2010

Desenvolvimento humano: saúde, educação e renda melhoraram
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Desenvolvimento humano: saúde, educação e renda melhoraram
Foto: AFP

NOVA YORK — Os habitantes do planeta gozam de mais saúde, vivem mais tempo, são mais bem educados e têm mais acesso a bens e serviços do que há 20 anos, diz um relatório do PNUD, no qual o Brasil aparece em 73º no ranking de Desenvolvimento Humano do Mundo, IDH, (8º da América Latina).

Segundo a nova metodologia, o Brasil ficou com um índice de 0,699, registrando importantes avanços em desenvolvimento humano, ainda que a desigualdade social afete parte desses ganhos.

Houve um progresso perceptível nas últimas duas décadas, "mesmo nos países em condições econômicas desfavoráveis": a educação e a saúde das pessoas "melhoraram enormemente", aponta o informe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Estes avanços, afirma o organismo, não se limitam à saúde, à educação e ao aumento da renda, "estende-se à capacidade dos indivíduos de eleger seus dirigentes, ter influência sobre decisões públicas e compartilhar o conhecimento".

Mas nem tudo é positivo. "Estes anos também foram marcados por um aumento das desigualdades, tanto entre países como dentro de seus territórios", prossegue o relatório.

Para medir o desenvolvimento, o PNUD estabeleceu um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que mede não só a renda, mas também a saúde e a educação.

Os progressos registrados em termos de IDH no mundo "são impressionantes". A partir de um nivel de 0,57 em 1990, o IDH mundial médio passou a 0,68 en 2010, o que segue uma tendência iniciada em 1970.

"Este crescimento reflete um aumento mundial de 25% nos indicadores de saúde e educação, assim como a duplicação da renda per capita", destaca o texto.

Quase todos os países se beneficiaram deste progresso: de 135 nações, que representam 92% da população mundial, apenas três - República Democrática do Congo, Zâmbia e Zimbábue - registram IDH inferior ao de 1970.

Na América Latina, Chile e Argentina mantêm o posto de IDH mais alto. De acordo com o PNUD, a região - que por muito tempo foi considerada a mais desigual do mundo - alcançou avanços importantes.

Chile e Argentina aparecem, respectivamente, em 45º e 46º lugares na lista geral, seguidos por Uruguai (52º), Panamá (54º), México (56º), Costa Rica, (62º), Peru (63º), Brasil (73º), Venezuela (75º), Equador (77º) e Colômbia (79º), todos situados na faixa considerada de alto desenvolvimento humano.

Na faixa de desenvolvimento humano médio estão a República Dominicana (88º) e os centro-americanos El Salvador (90º), Honduras (106º), Nicarágua (115º) e Guatemala (116º), além de Bolívia (95º) e Paraguai (96º).

"Para cada país que reduziu a desigualdade nos últimos 30 anos, mais de dois pioraram", afirma o PNUD.

No entanto, "América Latina e Caribe constituem uma exceção importante: a região, que por muito tempo abrigou a mais grave brecha do mundo em matéria de renda e bens, hoje conseguiu importantes avanços graças a mais gasto público e políticas sociais focadas", explica o relatório.

Ainda na América Latina, o informe ressalta a implementação de programas de transferência de renda para famílias pobres que mantenham seus filhos na escola, como os brasileiros Bolsa Escola e o Bolsa Família, o mexicano Oportunidades e o chileno Chile Solidário.

O PNUD adverte, no entanto, que "não é possível conseguir bons resultados só a partir deste tipo de programa".

Abaixo, os principais lugares do ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) medido pelo PNUD e divulgado pela ONU nesta quinta-feira:

PAÍS EXPECTATIVA ESCOLARIDADE RENDA PER CAPITA

DE VIDA (EM ANOS) (EM US$)

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Os 15 melhores:

1. Noruega 81.0 12.6 58,810

2. Austrália 81.9 12.0 38,692

3. Nova Zelândia 80.6 12.5 25,438

4. Estados Unidos 79.6 12.4 47,094

5. Irlanda 80.3 11.6 33,078

6. Liechtenstein 79.6 10.3 81,011

7. Holanda 80.3 11.2 40,658

8. Canadá 81.0 11.5 38,668

9. Suécia 81.3 11.6 36,936

10. Alemanha 80.2 12.2 35,308

11. Japão 83.2 11.5 34,692

12. Coreia do Sul 79.8 11.6 29,518

13. Suíça 82.2 10.3 39,849

14. França 81.6 10.4 34,341

15. Israel 81.2 11.9 27,831

- Os países latino-americanos:

45. Chile 78,8 9,7 13.561

46. Argentina 75,7 9,3 14.603

52. Uruguai 76,7 8,4 13.808

54. Panamá 76,0 9,4 13.347

56. México 76,7 8,7 13.971

62. Costa Rica 79,1 8,3 10.870

63. Peru 73,7 9,6 8.424

73. Brasil 72,9 7,2 10.607

75. Venezuela 74,2 6,2 11.846

77. Equador 75,4 7,6 7.931

79. Colômbia 73,4 7,4 8.589

88. Rep. Dominicana 72,8 6,9 8.273

90. El Salvador 72,0 7,7 6.498

95. Bolívia 66,3 9,2 4.357

96. Paraguai 72,3 7,8 4.585

106. Honduras 72,6 6,5 3.750

115. Nicarágua 73,8 5,7 2.567

116. Guatemala 70,8 4,1 4.694

Os 15 piores:

155. Afeganistão 44.6 3.3 1,419

156. Guiné 58.9 1.6 953

157. Etiópia 56.1 1.5 992

158. Serra Leoa 48.2 2.9 809

159. RCA 47.7 3.5 758

160. Mali 49.2 1.4 1,171

161. Burkina Faso 53.7 1.3 1,215

162. Libéria 59.1 3.9 320

163. Chade 49.2 1.5 1,067

164. Guiné Bissau 48.6 2.3 538

165. Moçambique 48.4 1.2 854

166. Burundi 51.4 2.7 402

167. Níger 52.5 1.4 675

168. RD Congo 48.0 3.8 291

169. Zimbábue 47.0 7.2 176

Para ver o relatório completo, acesse o site do PNUD: http://hdr.undp.org

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Fonte: AFP
 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir