Ramalah, 9 nov (Prensa Latina) A Autoridade Nacional Palestina (ANP) acusou hoje Israel de dar uma bofetada às negociações de paz com a ampliação dos assentamentos em Jerusalém Oriental, onde a repressão a protestos árabes multiplicou a tensão.
Foto: www.prensa-latina.cu Ramalah, 9 nov (Prensa Latina) A Autoridade Nacional Palestina (ANP) acusou hoje Israel de dar uma bofetada às negociações de paz com a ampliação dos assentamentos em Jerusalém Oriental, onde a repressão a protestos árabes multiplicou a tensão.
Nabil Shaath, porta-voz do presidente da ANP, Mahmoud Abbas, declarou que a política do Estado sionista "demonstra seu desafio e desrespeito à comunidade internacional, ao governo estadunidense e ao processo de paz".
"Essa ação deve ser condenada", enfatizou Shaat, enquanto no povoado jerusalemita de Al-Isawiya desataram-se confrontações nesta terça-feira entre forças israelenses e centenas de jovens de escolas palestinas que protestaram pelo bloqueio dessa área residencial.
Além do mal-estar que gerou a decisão sionista, os choques se deram porque os israelenses impediram os alunos de entrar nas salas em antecipação a protestos pelas recentes medidas adotadas e anunciadas pela municipalidade da cidade santa.
As conversas diretas de paz entre Abbas e o premiê israelense, Benjamín Netanyahu, foram relançadas no passado 2 de setembro em Washington pelo presidente norte-americano, Barack Obama, mas suspensas apenas 24 dias após seu início.
Netanyahu negou-se a prorrogar em 26 de setembro uma moratória de 10 meses nas construções de moradias para israelenses de credo radical na ocupada Ribeira Ocidental ou Cisjordânia, pese o reclamo da Casa Branca e do próprio Abbas para não entorpecer o diálogo.
A moratória, que nunca alterou os planos construtivos de Israel na zona oriental e árabe de Jerusalém, foi vista como uma oportunidade para que os sionistas provassem sua boa vontade em atingir um acordo conducente à criação de um Estado palestino.
Mas a aprovação na segunda-feira pelo governo israelense de um plano para edificar 1.300 novas moradias para colonos no Leste da cidade santa, onde os palestinos aspiram instalar a capital de seu futuro Estado, se interpretou como um golpe à estabilidade na região.
O Ministério israelense do Interior assinalou ontem que se deu luz verde para construir a referida quantidade de apartamentos em áreas da Ribeira Ocidental anexadas a Jerusalém depois da ocupação de 1967, concretamente 930 no bairro de Har Homa e 320 no de Ramot.
A notícia coincidiu com a visita que realiza o chefe do Executivo israelense aos Estados Unidos para participar da Assembleia Geral de Federações Judias da América do Norte (nome completo desse influente agrupamento).
Washington opõe-se, ao menos publicamente, à política israelense para alterar a composição étnica e religiosa dos territórios palestinos usurpados em 1967, pois nos novos bairros só vão viver israelenses radicais.
Fonte: www.prensa-latina.cu
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