Categoria Geral  Noticia Atualizada em 19-11-2010

Otan deve reforçar treinamento no Afeganistão, diz Obama
Em entrevista ao "El País", presidente americano diz depositar confiança na reunião da aliança
Otan deve reforçar treinamento no Afeganistão, diz Obama

MADRI - O presidente dos EUA, Barack Obama, espera que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) anuncie neste fim de semana seu compromisso para enviar mais pessoal para realizar treinamento das forças do Afeganistão.

A declaração foi dada por Obama durante uma entrevista publicada nesta sexta-feira, 19, pelo jornal espanhol El País. A Otan realiza um encontro em Lisboa nesta sexta e no sábado. A intenção da reunião é decidir sobre o prazo para 2014 para as tropas lideradas pela entidade deixarem o Afeganistão.

"Nós esperamos que os aliados e parceiros reforcem seu compromisso duradouro para facilitar um processo de transição sustentável, anunciando compromissos com treinadores e mentores adicionais para as forças de segurança nacional afegãs", disse Obama. Na entrevista, o líder americano afirmou que os EUA e seus parceiros têm como foco "derrotar a Al-Qaeda e seus aliados extremistas". Segundo ele, outra meta é auxiliar as forças locais a garantir a segurança do povo contra "ameaças externas e internas".

Obama disse que os EUA e seus aliados apoiam totalmente o processo de reconciliação e integração no Afeganistão, incluindo "membros do Taleban que concordem com alguns pontos fundamentais". De acordo com ele, o Taleban deve "interromper seus laços com a Al-Qaeda e suas afiliadas" e "concordar com as regras da Constituição afegã, incluindo as normas que protegem os direitos de todos os afegãos". "Esta reconciliação começa com o diálogo com as forças insurgentes e é e deve ser liderada pelos próprios afegãos."

Marco

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse esperar que o encontro da Otan possa se tornar um "marco" nas relações da aliança com a Rússia. A ideia de um sistema conjunto de defesa antimísseis com o país é "um ponto essencial", segundo Merkel, que falou durante entrevista coletiva ao lado do primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, antes de a dupla partir para o encontro da Otan em Lisboa.

Merkel disse que gostaria de ver a Rússia envolvida no projeto. Segundo ela, isso seria uma "nova fase de cooperação" entre a Otan e Moscou. Merkel avaliou ainda que "é um sinal de boa vontade que o presidente russo esteja indo a Lisboa". "Por essa razão, eu estou ansiosa pelas discussões em Lisboa e penso que isso poderia ser um marco no desenvolvimento da Otan e nas relações com a Rússia", afirmou a chanceler.

Moscou reclama da intenção do governo dos Estados Unidos de instalar um escudo antimísseis na Europa. O plano do governo do então presidente George W. Bush tinha como alvo declarado o Irã. As instalações ficariam na Polônia e na República Checa. Para os russos, porém, o escudo também funcionaria contra Moscou.

Obama desistiu da iniciativa, mas a Otan continua a se declarar comprometida com a melhoria de suas defesas contra um possível ataque de países como o Irã. Em uma tentativa de acabar com as suspeitas mútuas, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, tem defendido a ideia de incluir a Rússia na iniciativa.

O governo de Moscou, porém, não parece totalmente convencido das intenções da aliança. O presidente russo, Dmitry Medvedev, demonstrou uma recepção cautelosa da iniciativa, dizendo que eram necessários mais estudos. Funcionários russos advertiram para a impossibilidade de qualquer grande avanço nesse plano em Lisboa. As informações são da Dow Jones.


Fonte: www.estadao.com.br
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir