Categoria Informativo  Noticia Atualizada em 26-11-2010

Na Vila Cruzeiro, um "rastro de sangue"
Comércio e escolas fecharam e hospital foi mobilizado para atender feridos de tiroteios
Na Vila Cruzeiro, um
Foto: www.estadao.com.br

O Estado teve de montar uma operação de guerra no Hospital Estadual Getúlio Vargas para atender feridos nos confrontos da Vila Cruzeiro. Todas as cirurgias eletivas foram canceladas e pacientes internados, transferidos para outros hospitais. Quem procurava o centro médico para atendimento, mesmo na emergência, era recusado para que os médicos pudessem dedicar-se apenas às vítimas. Nos dois dias de conflito, já são 29 feridos e quatro mortos na área.

Até o fim da tarde, a polícia não havia divulgado o número de pessoas mortas. No entanto, o subchefe operacional da Polícia Civil, Rodrigo Oliveira, disse que "havia um rastro de sangue" na comunidade. Moradores, assustados, fugiram da favela. Os que ficaram exibiam panos brancos nas janelas pedindo paz. Quinze mil crianças e adolescentes ficaram sem aulas nas escolas. O comércio fechou a porta durante todo o dia.

O servente José Pereira, de 33 anos, um dos atendidos no Getúlio Vargas, passou quatro horas sentado na porta porque, com o tiroteio, não tinha como ir para casa (mais informações abaixo). Outros moradores estavam revoltados com a situação. Cristiane Miguel dos Santos, de 32 anos, vizinha do metalúrgico Bruno da Silva, de 24, outro dos baleados durante a incursão, fez questão de defender o amigo: "Somos moradores da Vila Cruzeiro, mas não somos bandidos. O Bruno só não morreu porque a polícia errou o tiro." No asfalto, o comércio e os bancos fecharam as portas em todo centro comercial da Penha. As ruas da Vila Cruzeiro ficaram vazias.

Fonte: www.estadao.com.br
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir