Categoria Politica  Noticia Atualizada em 02-12-2010

Dilma descarta indicação de nome para a Saúde
“Precipitação” do anúncio do titular do ministério deixou a presidente eleita muito contrariada
Dilma descarta indicação de nome para a Saúde
Foto: blstb.msn.com

Menos de 24 horas depois de indicado e anunciado como o escolhido para o Ministério da Saúde da presidente eleita, Dilma Rousseff, o médico Sérgio Côrtes viu seu nome revogado em meio a uma crise política entre o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e a bancada peemedebista na Câmara.

Cabral era o padrinho da indicação, que não foi acatada nem pelo vice de Dilma, o deputado Michel Temer (PMDB-SP), nem pela bancada.

Dilma ficou irritada com que chamou de "precipitação" no anúncio de nomes do ministério. Em reunião ontem com médicos, no Centro Cultural Banco do Brasil – sede da equipe de transição –, Dilma afirmou que os nomes para essa área ainda não foram definidos.

– Eu queria deixar claro para vocês que ainda não escolhi o meu ministro da Saúde – disse ela, diante de uma plateia formada por nomes de peso, como o cardiologista Adib Jatene.

– O anúncio precipitado do nome de Côrtes fez com que ele provavelmente tenha dormido ministro e acordado sem a pasta – resumiu o deputado Rocha Loures (PR).

Em reunião da bancada do PMDB, as lideranças do partido na Câmara bateram o martelo e rejeitaram apoiar o nome de Côrtes, atual secretário de Saúde do Rio de Janeiro, para o ministério de Dilma. Se a presidente quiser ficar com Côrtes, terá de contabilizá-lo no ministério como nome da "cota pessoal".

Foi Cabral quem, no Rio, anunciou formalmente a suposta escolha de Côrtes para a cadeira hoje ocupada por José Gomes Temporão na Saúde.

– Foi feito o convite por mim, em nome da presidente, e ele aceitou – disse o governador na terça-feira.

O governador se reuniu com Dilma na segunda-feira à noite, na Granja do Torto. Na ocasião, ela disse a Cabral que a indicação de Côrtes precisaria passar pelo crivo do PMDB na Câmara e no Senado.

Em conversas reservadas, integrantes da equipe de transição disseram que Cabral quis "criar um fato consumado" e acabou causando desconforto político na aliança governista. Temer não escondeu a contrariedade com o anúncio de Côrtes porque sequer participou da reunião entre Dilma e Cabral. Além disso, a cúpula do PT descobriu que há denúncias contra o secretário de Saúde fluminense.

Na Assembleia do Rio, o deputado Marcelo Freixo (PSOL) pediu a abertura de uma CPI para apurar suspeita de corrupção na Saúde.


Fonte: www.clicrbs.com.br
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir