Categoria Politica  Noticia Atualizada em 21-12-2010

As intenções de Lula
Numa declaração prematura e inconveniente, Luiz Inácio Lula da Silva disse que pode disputar novamente a presidência da República.
As intenções de Lula
Foto: oabelhudo.com.br

Eis a frase: "Não posso dizer que não porque sou vivo. Sou presidente de honra de um partido, sou um político nato, construí uma relação política extraordinária". Sua única ressalva foi neste tom: "Vamos trabalhar para a Dilma fazer um bom governo e, quando chegar a hora certa, a gente vê o que vai acontecer".

Em outras palavras: Lula dá a entender que elegeu Dilma apenas para guardar-lhe a cadeira, funcionando a sucessora meramente como uma "tapa buraco". Além disso, o petista, ao afirmar que não está morto, revela que pretende dividir o comando da Nação com a eleita - o que é um absurdo.

O cargo máximo do País exige personalidade forte, e Dilma a tem de sobra. Uma espécie de subordinação ou parceria não seria aceita pela opinião pública. O pronunciamento do Luiz Inácio, por mais fugaz que tenha sido, machuca a companheira às vésperas de tomar posse e ofende os mais elementares princípios do regime democrático.

Inevitável

A continuar com essa vivacidade exagerada, as divergências de Lula com Dilma surgirão irremediavelmente. A eleita, mesmo que queira, não poderá jamais submeter-se a eventuais determinações vindas de São Bernardo do Campo. Daqui para o rompimento é um passo.

Teve mais

Na mesma entrevista em que admitiu a hipótese de disputar novamente o Planalto, concedida à Rede TV, Lula anunciou que tirará umas férias de dois meses. Sua ideia é ficar escondido, "sem fazer absolutamente nada, nem discutir política". Tal cautela, contudo, é provisória. Traído por suas próprias palavras, ele deixou evidente que só se afastará por dois meses e infere que, na volta, estará mais vivo do que nunca. Para o bom entendedor...

E o Zé?

O Luiz Inácio também traçou considerações sobre o seu ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu. Ele "teve uma dubiedade entre o animal político que era e a necessidade de ser gerente do governo". E concluiu, benevolentemente, tentando a absolvição do aliado: "Era peso demais para uma pessoa tocar".

"O cara"?

Lula ainda opinou sobre Barack Obama, presidente dos Estados Unidos: "Ele só tinha que ter a ousadia que o povo americano teve votando nele". E foi além: "Eu dizia para ele: presidente, se você não fizer as coisas na hora, daqui um ano essa crise está nas suas costas, porque a crise era do Bush". Magister dixit, causa finita.

Última

Por fim, o homem ainda se queixou: "O mais doloroso é a vida de um presidente. A vida de um presidente é muito solitária". Pura conversa mole. Sua contradição reside no fato de que pretende voltar ao cargo daqui a quatro anos. É fácil prever que nas suas noites de insônia em seu apartamento na grande São Paulo, vai praguejar o jurista Nelson Jobim, seu ministro da Justiça, que o orientou a não pleitear uma permissão constitucional para lhe possibilitar um terceiro mandato.

Fonte: www.parana-online.com.br
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir