Categoria Policia  Noticia Atualizada em 22-12-2010

Polícia prende dois vereadores, 13 PMs e dez suspeitos de milicia
Uma megaoperação que reuniu 200 policiais, entre delegacias especializadas e as corregedorias de Polícia Civil, Militar e Unificada, e contou ainda com o apoio do Exército e da Marinha, desarticulou, nesta terça-feira, a mais antiga e maior milícia de Cax
Polícia prende dois vereadores, 13 PMs e dez suspeitos de milicia
Foto: blogalize.net

Entre as atividades criminosas desenvolvidas pela quadrilha, descoberta durante interceptações telefônicas, estava a venda de armas para traficantes do Complexo do Alemão, confirmando suspeitas da Polícia Civil de que traficantes e milicianos estão se articulando entre si.

Até a tarde de ontem, 25 pessoas haviam sido presas, entre elas os vereadores Jonas Gonçalves da Silva — o "Jonas é Nós", que também é soldado reformado da PM — e Sebastião Ferreira da Silva, o "Chiquinho Grandão". Eles são acusados de chefiar a quadrilha, que atua em oito bairros de Duque de Caxias. Outras nove pessoas ainda são procuradas.

Meses de investigações

A Operação Capa Preta — em referência ao polêmico político de Caxias Tenório Cavalcanti, que aterrorizava seus adversários com a metralhadora "Lurdinha" — foi deflagrada depois de seis meses de investigações realizadas pelo setor de inteligência da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE) e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio (Gaeco).

Entre os presos, há 13 PMs da ativa — entre eles, o segundo-tenente Samuel Felipe Dantas de Farias —, quatro ex-PMs, um comissário da Polícia Civil, um sargento do Exército e um fuzileiro naval. Eles já foram denunciados como organização criminosa, mas estão sendo investigados pela prática sistemática de crimes como extorsão, esbulho possessório (tomar à força patrimônio alheio), homicídios, tortura e ameaças.

Segundo o delegado titular da Draco-IE, Cláudio Ferraz, as investigações comprovam que milícia e tráfico são organizações criminosas que devem ser igualmente combatidas:

— Uma conversa específica comprovou a negociação de armamentos de um integrante daquela milícia com o tráfico do Alemão. Embora sejam grupos com peculiaridades diferenciadas, eles negociam quando percebem a oportunidade de lucro.

Segundo o delegado substituto da Draco, Alexandre Capote, pelas escutas telefônicas também é possível verificar que a negociação entre traficantes e milicianos era rotineira — numa ocasião, os traficantes chegaram a receber R$ 70 mil. Capote explicou que as investigações começaram a partir de um trabalho da 3ª Central de Inquérito do MP sobre o aumento de homicídios na região:

— Acreditamos que a quadrilha seja responsável por mais 50 homicídios na região.

As atividades do grupo

Todos foram denunciados por formação de quadrilha e três deles também responderão por extorsão. Segundo as investigações, a quadrilha atuava desde 2007 nos bairros de Gramacho, São Bento, Lote XV, Parque Fluminense, Parque Muisa, Pantanal, Vila Rosário e Parque Suécia, em Caxias. O grupo é acusado também de explorar a distribuição ilícita de sinal de TV a cabo e internet, vender combustíveis de origem suspeita e botijões de gás, e controlar o transporte alternativo e máquinas caça-níqueis.

Fonte: extra.globo.com
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir