Categoria Geral  Noticia Atualizada em 24-02-2011

153 mil estão na fila do desemprego na RMF
Entretanto, janeiro de 2011 registrou 15 mil menos desempregados em relação a igual mês do ano passado
153 mil estão na fila do desemprego na RMF
Foto: diariodonordeste.globo.com

O desemprego apresentou leve crescimento em janeiro no mercado de trabalho na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), que amargou simultaneamente a queda no nível ocupacional. A taxa de desemprego total passou de 8,3% da População Economicamente Ativa (PEA), em dezembro do ano passado, para 8,5% no primeiro mês de 2011.

Em termos absolutos, o número de desempregados somou 153 mil pessoas em janeiro - quatro mil a mais em relação a dezembro último (149 mil) e 15 mil a menos em relação ao mesmo mês em 2010. O desempenho decorreu da leve alta do desemprego aberto, que passou de 5,4% para 5,6%, provavelmente, por influência do aumento do número de mulheres sem emprego, que vem ampliando desde dezembro, com taxas de 9,6% (nov/10), 9,7% (dez/10) e 9,9% (jan/11).

Já as ocupações perderam cinco mil postos em janeiro face ao mês anterior. Entre dezembro/2010 e janeiro/2011 o número de pessoas ocupadas na RMF baixou de 1,650 milhão para 1,645 milhão (-0,3%). Na comparação com janeiro de 2010 (1,566 milhão de ocupados), porém, foi registrada alta de 5%. Os dados são da Pesquisa de Emprego e Desemprego na RMF (PED) referente a janeiro de 2011, divulgada ontem, pelo Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), em parceria com o Dieese.

Serviços cortam mais

Dentre os setores de atividade, a maior redução do nível de ocupações ocorreu nos Serviços, registrando a perda de 14 mil postos de trabalho entre dezembro/2010 e janeiro/2011, equivalendo a retração de 1,9%. A queda aconteceu também na Indústria (-2%), com menos 6 mil postos, e no item Outros Setores (-3,1%), que engloba os serviços domésticos, revelando a perda de cinco mil ocupações. Em contrapartida, o comércio teve destaque. O setor compensou a performance negativa dos demais criando 19 mil novos postos de trabalho, com alta porcentual de 5,8%. A construção civil se manteve praticamente estável, com acréscimo de mil ocupações, correspondendo a variação de 0,9%.

Comportamento sazonal

De acordo com Mardônio Costa, analista de mercado de trabalho do IDT, a pesquisa reflete o comportamento sazonal do mercado que, normalmente, nos três primeiros meses do ano reduzem as atividades em função da desacelaração da economia.

"A partir de abril até o fim do ano o desemprego tende a cair e o nível de ocupação cresce", explica. No contexto específico, porém, ele lembra que "o comércio salvou o mercado de trabalho, com a criação de mais 19 mil postos, compensando as outras perdas. Isso demonstra o elevado nível de aquecimento do nosso varejo", avalia.

Conforme explica, o resultado da PED revela também que, "apesar do leve aumento, em janeiro deste ano, registramos a menor taxa de desemprego e um dos maiores patamares de ocupação da série histórica, desde o fim de 2008 quando iniciou a nova metodologia da PED".

Carteira assinada

A pesquisa evidencia o aumento de 15,9% dos assalariados com carteira assinada na iniciativa privada, passando de 554 mil, em janeiro de 2010, para 642 mil, em janeiro do corrente ano. Em relação a remuneração, ele lembra que o mercado local ainda sofre efeitos da precarização, apesar da discreta elevação do rendimento médio real do total de ocupados, que passou para R$ 876,00 em dezembro de 2010, com alta de 5,3% sobre dezembro de 2009.


Fonte: diariodonordeste.globo.com
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir