Entretanto, janeiro de 2011 registrou 15 mil menos desempregados em relação a igual mês do ano passado
Foto: diariodonordeste.globo.com O desemprego apresentou leve crescimento em janeiro no mercado de trabalho na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), que amargou simultaneamente a queda no nível ocupacional. A taxa de desemprego total passou de 8,3% da População Economicamente Ativa (PEA), em dezembro do ano passado, para 8,5% no primeiro mês de 2011.
Em termos absolutos, o número de desempregados somou 153 mil pessoas em janeiro - quatro mil a mais em relação a dezembro último (149 mil) e 15 mil a menos em relação ao mesmo mês em 2010. O desempenho decorreu da leve alta do desemprego aberto, que passou de 5,4% para 5,6%, provavelmente, por influência do aumento do número de mulheres sem emprego, que vem ampliando desde dezembro, com taxas de 9,6% (nov/10), 9,7% (dez/10) e 9,9% (jan/11).
Já as ocupações perderam cinco mil postos em janeiro face ao mês anterior. Entre dezembro/2010 e janeiro/2011 o número de pessoas ocupadas na RMF baixou de 1,650 milhão para 1,645 milhão (-0,3%). Na comparação com janeiro de 2010 (1,566 milhão de ocupados), porém, foi registrada alta de 5%. Os dados são da Pesquisa de Emprego e Desemprego na RMF (PED) referente a janeiro de 2011, divulgada ontem, pelo Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), em parceria com o Dieese.
Serviços cortam mais
Dentre os setores de atividade, a maior redução do nível de ocupações ocorreu nos Serviços, registrando a perda de 14 mil postos de trabalho entre dezembro/2010 e janeiro/2011, equivalendo a retração de 1,9%. A queda aconteceu também na Indústria (-2%), com menos 6 mil postos, e no item Outros Setores (-3,1%), que engloba os serviços domésticos, revelando a perda de cinco mil ocupações. Em contrapartida, o comércio teve destaque. O setor compensou a performance negativa dos demais criando 19 mil novos postos de trabalho, com alta porcentual de 5,8%. A construção civil se manteve praticamente estável, com acréscimo de mil ocupações, correspondendo a variação de 0,9%.
Comportamento sazonal
De acordo com Mardônio Costa, analista de mercado de trabalho do IDT, a pesquisa reflete o comportamento sazonal do mercado que, normalmente, nos três primeiros meses do ano reduzem as atividades em função da desacelaração da economia.
"A partir de abril até o fim do ano o desemprego tende a cair e o nível de ocupação cresce", explica. No contexto específico, porém, ele lembra que "o comércio salvou o mercado de trabalho, com a criação de mais 19 mil postos, compensando as outras perdas. Isso demonstra o elevado nível de aquecimento do nosso varejo", avalia.
Conforme explica, o resultado da PED revela também que, "apesar do leve aumento, em janeiro deste ano, registramos a menor taxa de desemprego e um dos maiores patamares de ocupação da série histórica, desde o fim de 2008 quando iniciou a nova metodologia da PED".
Carteira assinada
A pesquisa evidencia o aumento de 15,9% dos assalariados com carteira assinada na iniciativa privada, passando de 554 mil, em janeiro de 2010, para 642 mil, em janeiro do corrente ano. Em relação a remuneração, ele lembra que o mercado local ainda sofre efeitos da precarização, apesar da discreta elevação do rendimento médio real do total de ocupados, que passou para R$ 876,00 em dezembro de 2010, com alta de 5,3% sobre dezembro de 2009.
Fonte: diariodonordeste.globo.com
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