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Customizador de abadás ajuda folião a ajustar a roupa em Salvador

Comprimento, largura e modelo dos trajes são modificados. Sapatos são reforçados para durar todo o carnaval.

Foto: g1.globo.com

03/03/2011 07h22 - Atualizado em 03/03/2011 07h22
Customizador de abadás ajuda folião a ajustar a roupa em Salvador
Comprimento, largura e modelo dos trajes são modificados.
Sapatos são reforçados para durar todo o carnaval.

Luciana Rossetto Do G1, em Salvador
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Alison Dias da Silva reforça sapatos de foliões (Foto: Luciana Rossetto/G1)Alison Dias da Silva reforça sapatos de foliões (Foto: Luciana Rossetto/G1)

Os abadás que são vendidos para os foliões de Salvador provocaram o surgimento de uma nova profissão: o "customizador". São pessoas especializadas em ajudar o folião a fazer os ajustes necessários no traje e nos sapatos antes do desfile.

"A gente reforma tudo. Diminuímos o comprimento e a largura, cortamos as mangas para fazer blusas de alças. A maioria das meninas também pede modelo tomara-que-caia, que dá um pouquinho mais de trabalho. Nos homens, eu faço muitos turbantes para quem desfila no [bloco] Filhos de Gandhy", diz Rosineide Vilasboas, que há oito anos divide seu tempo entre customizar abadás e vender acessórios para fantasias em uma barraca no Pelourinho, em Salvador.

Armando Brito, que sairá no Filhos de Gandhy pela terceira vez, conta que procurou um customizador para reforçar os calçados. "A sandália que eles distribuem é muito frágil e arrebenta rápido. O bloco sai três dias e, se não reforça, você acaba ficando descalço no meio do desfile", diz.

Ele escolheu os acessórios e fez um turbante sob medida para compor seu traje na barraca de Rosineide, enquanto esperava o customizador Alison Dias da Silva finalizar as sandálias. "As tiras costumam arrebentar em cima, mas, quando o cliente pede, eu reforço as laterais e embaixo também. Faço o que o cliente quiser, porque o preço é diferente", afirma Alison.

Em cerca de quatro horas percorrendo as ruas do Pelourinho para oferecer seus serviços, nesta quarta-feira (2), ele conseguiu reforçar 11 sandálias. "Na sexta, o bicho pega. Até o desfile do Gandhy, eu quero fazer 300 sandálias", conta.

Maria Luiza dos Santos, que reforma abadás e é cabeleireira, prevê que o movimento vai aumentar ainda mais a partir de sexta-feira (4). "O carnaval já vai ter começado, então as pessoas vão provar os abadás e ver que não estão tão bons quanto poderiam ficar", diz.

"Eu sei costurar desde menina, então para mim é tudo muito simples. Costuro na rua mesmo, a não ser que a pessoa queira algo tão complicado que eu tenha de usar a máquina. Aí, eu levo para casa, mas o preço é mais caro também", diz.

Erlon Portugal é um dos clientes de Maria. Ele desfila há seis anos pelo Gandhy e precisava de um turbante sob medida. "É uma peça que tem toda uma simbologia do candomblé, então eu invisto mesmo. No Gandhy, a gente se sente importante. Admiro também as mensagens de fé, amor e paz que eles transmitem."

Em média, o customizador de abadás cobra R$ 10 por modelos mais simples, que exijam somente o corte. O preço para reforçar os sapatos é a partir de R$ 5. O preço do turbante é R$ 10.

Fonte: g1.globo.com

Por: Wellyngton Menezes Brandão | Imprimir