Categoria Geral  Noticia Atualizada em 11-03-2011

Repórter está em processo de libertação na Líbia, diz "Estado"
Correspondente do jornal em Paris foi preso na região de Zawiya, cenário de duros confrontos das forças de Kadafi com rebeldes
Repórter está em processo de libertação na Líbia, diz
Foto: ultimosegundo.ig.com.br

O repórter do O Estado de S. Paulo Andrei Netto, um dos enviados do jornal à Líbia, está em processo de libertação no país do norte da África, segundo informou o embaixador da Líbia no Brasil, Salem Ezubedi. A informação foi dada ao iG pela editora-executiva do jornal Luciana Constantino, que também afirmou que o repórter foi localizado a oeste da capital Líbia, Trípoli. O diário ainda não conseguiu um contato direto com Netto.

Em seu site, o jornal afirmou que Ezubedi passou a informação sobre a situação de Netto por telefone aos senadores Paulo Paim (PT-RS), que preside a comissão, e Eduardo Suplicy (PT-SP). "Todas as autoridades da Líbia estão tomando as providências para que ele seja libertado", afirmou o senador Paim, repetindo as palavras que ouviu por telefone do embaixador. Segundo os senadores, o embaixador disse que ele foi preso por não ter preenchido corretamente os documentos para entrar no país.

Correspondente do Estado em Paris desde 2006, Netto participou de importantes coberturas, como o terremoto de L’Áquila, na Itália, o acidente do voo 447 Rio-Paris da Air France e cúpulas do G-20. Gaúcho de Porto Alegre, tem 34 anos e é casado.

Antes da informação sobre o processo de libertação de Netto, o jornal britânico The Guardian anunciou nesta quinta-feira que realiza grandes esforços para determinar o paradeiro do correspondente Ghait Abdul-Ahad, que durante duas semanas fazia a cobertura do conflito na Líbia na companhia do jornalista brasileiro. A editora-executiva do Estado afirmou não ter informações sobre o paradeiro do repórter do jornal britânico.

Os dois entraram no país pela fronteira com a Tunísia e viajavam juntos com um guia líbio. Segundo o Guardian, Abdul-Ahad fez o último contato com o diário no domingo, por meio de uma terceira pessoa, quando estava nos arredores de Zawiya, cidade no oeste do país localizada a 50 quilômetros de Trípoli que vem sendo cenário de duros confrontos nos últimos dias.

Na quarta-feira, O Estado anunciou que havia perdido havia uma semana todo contato direto com Netto. Até domingo, recebia informações indiretas de que o repórter estava bem e se encontrava na região de Zawiya. A comunicação – por meio de telefonemas e e-mails – havia sido propositadamente cortada por segurança, afirmavam fontes líbias.

Na quarta-feira, o jornal recebeu informações de que Netto teria sido preso. O vice-chanceler da Líbia, Khaled Qaim, disse ao diário já estar informado sobre o assunto antes de ser contatado pelo jornal e se comprometeu a ajudar a localizar o brasileiro. A informação foi divulgada no dia em que a BBC revelou que uma de suas equipes foi agredida na Líbia.

O Guardian afirmou que mantém contatos com autoridades do governo líbio em Trípoli e Londres, pedindo que deem toda a assistência possível na busca por seu repórter.

De nacionalidade iraquiana, Abdul-Ahad é um correspondente altamente respeitado que colabora com o Guardian desde 2004. Ele passou longos períodos na Somália, Sudão, Iraque e Afeganistão, fazendo a cobertura de pessoas comuns e de seus sofrimentos em períodos de conflito.

Ele ganhou a maioria dos prêmios mais prestigiosos para correspondentes estrangeiros, incluindo o de repórter estrangeiro do ano pela British Press Awards, o prêmio James Cameron e o da Martha Gellhorn.

Equipe da BBC

Na quarta-feira, as forças de segurança de Kadafi detiveram e espancaram uma equipe da rede britânica BBC que tentava chegar à cidade de Zawiya, no oeste do país. Localizada a 50 quilômetros de Trípoli, a cidade está há dias sob cerco das forças leais a Kadafi que tentam tomar seu controle.

O trio apanhou com socos, joelhadas e coronhadas, foi vendado e submetido a simulações de execução pelo Exército e a polícia secreta líbia. Os três homens foram detidos por 21 horas, mas agora saíram do país depois de sua detenção na segunda-feira.

Fonte: ultimosegundo.ig.com.br
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir