Categoria Politica  Noticia Atualizada em 06-04-2011

MP denuncia Aparecida por ser a articuladora da quadrilha de fraudadores em Presidente Kennedy, Santa Leopoldina e Serra.
O Minist�rio P�blico Estadual (MPES) ofereceu den�ncia contra a ex-deputada estadual Aparecida Denadai
MP denuncia Aparecida por ser a articuladora da quadrilha de fraudadores em Presidente Kennedy, Santa Leopoldina e Serra.

O Minist�rio P�blico Estadual (MPES) ofereceu den�ncia contra a ex-deputada estadual Aparecida Denadai (PDT) por participa��o na quadrilha acusada de fraudes em prefeituras capixabas, flagradas pela "Opera��o Moeda de Troca". Na den�ncia assinada pelo promotor de Justi�a de Santa Leopoldina, Jefferson Valente Muniz, a ex-deputada surge � frente da articula��o das fraudes com os munic�pios. Escutas telef�nicas indicam que, al�m de atuar com desenvolturas entre prefeitos, Aparecida tamb�m tinha parte dos ganhos da quadrilha.

Na a��o, protocolada nessa segunda-feira (4), a ex-deputada foi denunciada pelos crimes de forma��o de quadrilha (artigo 288), corrup��o passiva (art. 317) e tr�fico de influ�ncia (art. 332, todos do C�digo Penal). A den�ncia encerra a primeira fase das investiga��es, que tiveram como alvo as c�lulas da quadrilha que atuavam em Santa Leopoldina.

Al�m do munic�pio da regi�o serrana, foram encontrados ind�cios de fraudes praticadas pela quadrilha em contratos com outras quatro prefeituras (Serra, Presidente Kennedy, Viana e Cachoeiro de Itapemirim). Nos dois primeiros munic�pios, h� ind�cios claros da interlocu��o de Aparecida Denadai com os prefeitos em benef�cio da quadrilha.

Segundo a den�ncia, a interlocu��o passava pela rela��o da ex-parlamentar com a fam�lia Prud�ncio � dos irm�os Aldo Martins (dono da Impacto M�quinas, considerado o cabe�a das fraudes) e Ronaldo Martins (prefeito de Santa Leopoldina). Aparecem ainda a chefe de Gabinete de Aparecida, Luciane Prud�ncio, e o marido desta, Humberto Rodrigues Figueiredo, o Beto, que saiu do gabinete da ex-parlamentar para ser diretor da empresa Impacto.

O texto da den�ncia � categ�rico quanto � participa��o da Aparecida no caso. O nome da ent�o deputada surgiu nas escutas telef�nicas dos membros da quadrilha, que acabaram presos na ocasi�o da deflagra��o da opera��o policial, em setembro do ano passado. "A mesma exercia a sua influ�ncia pol�tica, mantendo contato com diversos pol�ticos, prefeitos e outras autoridades, atendia o interesse do grupo e de suas empresa e deles obtinha benef�cios financeiras", indica o promotor respons�vel pelo caso.
No documento, Valente Muniz ainda relaciona nove escutas telef�nicas que exp�em a participa��o de Aparecida no esquema de fraudes. Surgem di�logos entre Aparecida e o empres�rio Aldo Martins Prud�ncio, em que discutem desde o "progresso de assuntos" nos munic�pios alvos de fraudes a problemas em rela��o ao contrato na prefeitura da Serra.

Em dois di�logos, registrados em agosto do ano passado, Aparecida trata dos assuntos da Impacto junto ao prefeito da Serra, S�rgio Vidigal (PDT), do qual � aliada hist�rica, tendo formado dobradinha com a mulher do prefeito, Sueli Vidigal, candidata eleita deputada federal, nas �ltimas elei��es. Em uma das liga��es, a ex-deputada se coloca como interlocutora do cabe�a da quadrilha junto a Vidigal. Em outra escuta, a ex-parlamentar � dizendo encontrar-se � frente do prefeito � se queixa do fato de Aldo Martins ter dito a Vidigal que "ajudaria" a ent�o deputada mensalmente, o que estaria dificultando o repasse de recursos para a campanha da pedetista por parte do prefeito.

Nas escutas telef�nicas seguintes, Aparecida e Aldo Martins supostamente "rompem essa rela��o", sem antes expor as v�sceras do sistema de fraudes � que tinha na ex-deputada a sua grande articuladora. Em diversas liga��es entre os membros da fam�lia Prud�ncio, o nome da deputada � relacionado n�o s� � intermedia��o dos contratos, mas como o pagamento de propina � ex-parlamentar. A situa��o � t�o gritante, aos olhos dos familiares de Prud�ncio, que Aldo chega a cogitar da venda de um carro para pagar a "parte" de Aparecida.

Em depoimento � Pol�cia Federal, a ex-deputada negou a exist�ncia de propina. No entanto, o promotor traz os depoimentos do marido de Luciane, Beto, e do vereador Jos� Camillo � apresentado � ent�o parlamentar por um amigo comum, o empres�rio Antonio Rubens Decottignies �, que confirmam a a��o de Aparecida Denadai. "� n�tida a influ�ncia da ora denunciada com as prefeituras e com as empresas, Decottignies (construtora), Manos Ve�culos e Impacto. Essas empresas ora foram beneficiadas com contratos emerg�ncias, ora com dispensas indevidas de licita��o ou ainda por fraude em licita��es", conclui Valente Muniz.

Na den�ncia, o Minist�rio P�blico pede ainda que a requisi��o da folha de antecedentes da ex-deputada, bem como o envio de c�pias da den�ncia e documentos para as promotorias das demais comarcas envolvidas para ado��o das "medidas cab�veis". O promotor ainda solicitou a remessa da documenta��o para a corregedoria da Assembleia Legislativa e para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE/ES) � onde j� tramita uma a��o de investiga��o eleitoral contra Aparecida e o prefeito afastado de Santa Leopoldina por suspeita de compra de votos.

Essa nova a��o tamb�m dever� ser anexada aos autos das a��es de improbidade movidas pelo MP contra Ronaldo Prud�ncio. Assim como Valente Muniz pede que a den�ncia seja encaminhada integralmente aos relatores dos recursos impetrados pelo prefeito afastado no Tribunal de Justi�a do Estado (TJES).

Fraudes

De acordo com as investiga��es da Pol�cia Federal, as fraudes ocorridas em contratos firmados entre 2009 e 2010 envolveriam neg�cios com cinco prefeituras capixabas, estimados em R$ 28 milh�es. Foram detectadas fraudes nas prefeituras de Serra, Presidente Kennedy, Viana, Cachoeiro de Itapemirim e Santa Leopoldina, por�m, apenas nos dois �ltimos munic�pios houve a proposi��o de a��es de improbidade ou c�veis relacionadas ao esc�ndalo.

As investiga��es apontaram um n�cleo integrado entre os presos. As fraudes se concentraram nos munic�pios de Santa Leopoldina, Serra e Presidente Kennedy, zonas de influ�ncia da deputada. Enquanto foram levantadas suspeitas escorregando nas prefeituras de Cachoeiro de Itapemirim e Viana, onde foi vislumbrado um outro modus operandi com a negocia��o direta entre os empres�rios presos e os defensores de seus interesses.

Nesses munic�pios, as maiores suspeitas de participa��o de Aparecida Denadai no esquema recaem na Serra e em Presidente Kennedy. Na prefeitura serrana, a ex-deputada � aliada de primeira hora do prefeito S�rgio Vidigal, presidente regional do PDT. Enquanto no munic�pio kennedense, Aparecida surge como uma aliada de ocasi�o do prefeito Reginaldo Quinta (PTB), alvo de den�ncias sobre a suspeita de liga��o com a empresa relacionada ao irm�o da ent�o chefe de Gabinete da pedetista.

Por conta dessas liga��es com as fraudes em Kennedy, o Minist�rio P�blico capixaba foi acionado no Conselho Nacional do Minist�rio P�blico (CNMP), em Bras�lia, pelo vereador do munic�pio T�rcio Jord�o Gomes (PDT). O vereador apresentou uma representa��o por in�rcia em virtude da demora na apura��o das den�ncias apresentadas contra o prefeito. As den�ncias, que mais tarde seriam alcan�adas pelas investiga��es da "Moeda de Troca", acabaram sendo arquivadas


    Fonte: Reda��o Maratimba.com
 
Por:  John Wesley    |      Imprimir