Categoria Geral  Noticia Atualizada em 06-05-2011

Exército sírio em força nas ruas para reprimir protestos do “dia do desafio”
Sete semanas de repressão contínua pelas autoridades não demoveram os manifestantes pró-democracia hoje em várias cidades na Síria, tendo sido registado que milhares de pessoas saíram às ruas para um “dia do desafio”, após as orações da manhã no Norte e C
Exército sírio em força nas ruas para reprimir protestos do “dia do desafio”
Foto: www.publico.pt

Cerca de duas mil pessoas clamaram pelo fim do regime em Saqba, nos subúrbios da capital, instando também à libertação dos milhares de activistas que têm vindo a ser detidos – estima-se que pelo menos 2500 em todo o país – pelas forças de segurança, ao longo dos últimos dias desta vaga de contestação ao regime de Assad (há 11 anos no poder, tendo sucedido ao pai, Hafez al-Assad, que governou a Síria outros 29 anos).

Testemunhas narram às agências noticiosas que centenas de soldados apoiados por tanques e outros veículos blindados estão mobilizados não apenas em Saqba, mas também Irbin e Douma, outras cidades limítrofes a Damasco. Grupos de manifestantes terão tentado marchar até à capital, mas foram impedidos de avançar pelas barricadas militares erguidas em praticamente todos os acessos rodoviários para a cidade.

Na capital os serviços de segurança detiveram hoje Riad Seif, uma das principais figuras da oposição, denunciou o director do Observatório dos Direitos Humanos sírio, Rami Abdel Rahmane.

É relatada uma enorme mobilização militar também em Homs (terceira maior cidade síria, no centro do país), onde residentes afirmam terem sido mortos esta manhã cinco manifestantes. "Recolhemos cinco corpos no distrito de Bab al-Sibaa. E há tantos feridos. Mas noutras partes da cidade continuam a desfilar milhares de pessoas", descreveu um activista dos direitos humanos naquela cidade, citado pela agência noticiosa britânica Reuters.

O Exército terá disparado também contra uma multidão de centenas de manifestantes em Tel, a norte da capital, tendo causado vários feridos.

Associações sírias de direitos humanos denunciam que a repressão exercida pelo regime causou a morte a pelo menos 560 pessoas por todo o país, desde que o movimento de contestação a Assad eclodiu em meados de Março na cidade de Deraa.

Há dois dias, o Exército anunciou uma retirada progressiva daquela cidade, para onde fora mobilizado a 25 de Abril, considerado ter já cumprido a "missão de restabelecimento da paz e segurança" depois de terem sido detidos "os terroristas" – a que o regime atribui a responsabilidade da actual convulsão vivida na Síria.


Fonte: www.publico.pt
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir