Categoria Incêndio  Noticia Atualizada em 06-06-2011

Perícia já analisou ônibus com indígenas que foi incendiado
Ônibus com indígenas é alvo de coquetel molotov em Miranda
Perícia já analisou ônibus com indígenas que foi incendiado
Foto: Irineu Ferrari/Jornal Guaicuru

O ônibus que transportava estudantes indígenas e que foi atacado na noite de sexta-feira passada (3) com coquetel molotov e pedras, em Miranda, a 203 quilômetros de Campo Grande, já passou pela perícia da Polícia Civil.

De acordo com a polícia, foram encontrados alguns vestígios do coquetel molotov que provocou o incêndio no ônibus. O material deve ser analisado a partir desta segunda-feira (6) e a expectativa é que os resultados possam ajudar a esclarecer o crime.

O estado de saúde das cinco vítimas que permanecem internadas continua estável. Entre os quatro hospitalizados em Campo Grande, o motorista Laércio Xavier Correia, de 27 anos, é um dos que inspira mais cuidados. Sofreu queimaduras na cabeça, braços, tórax e pernas. Outra paciente permanece internado no hospital municipal de Miranda.

Caso
O ônibus com cerca de 30 estudantes indígenas foi incendiado com coquetel molotov e atacado com pedras por volta das 23 horas de sexta-feira. O coletivo é de uma empresa que presta serviços para a prefeitura no transporte escolar. O veículo, faz diariamente o trajeto de aproximadamente oito quilômetros entre o centro e as aldeias da zona rural, levando estudantes indígenas, e estava próximo à entrada da Aldeia Babaçu quando foi atacado.

Conforme relataram estudantes aos policiais militares, um homem saiu correndo de um matagal às margens da estrada e atirou um coquetel molotov no parabrisa do ônibus. Com o impacto, o vidro se quebrou e o fogo se espalhou pela parte dianteira do veículo. Ao mesmo tempo diversas pedras foram atiradas contra as janelas do lado direito, quebrando vidros, inclusive os da porta.

Desespero
O índio terena Edivaldo Francisco Martins, de 29 anos, estava entre os passageiros do ônibus. Ele lembra que o fogo se alastrou rapidamente dentro do veículo. "Ouvi um barulho e vi a fumaça. Pensei que era uma queimada na estrada. Quando vi o fogo, percebi que era dentro do ônibus".

A estudante Lurdivone Pires, de 28 anos, foi a última a sair das chamas. Ela teve a ajuda de Edivaldo, que ouviu gritos dentro do veículo e voltou para resgatá-la. A irmã, Lucivone, acompanhou a vítima que precisou ser transferida para a Santa Casa em Campo Grande. "Minha irmã ia terminar o ensino fundamental este ano. Agora, depois dessa tragédia, não sei se ela vai querer estudar ainda", relata Lucivone.

O cacique Adilson, da aldeia Cachoeirinha, ainda não tem pistas sobre a autoria do crime. As polícias Civil e Militar contam com a ajuda das lideranças indígenas para apontar prováveis suspeitos. "O clima na aldeia é de muita revolta, estamos todos chocados com o que aconteceu", diz o cacique. Cerca de 6 mil índios vivem no complexo de aldeias daquela região.

Perícia já analisou ônibus com indígenas que foi incendiado em MS
No veículo foram encontrados vestígios do material que provocou o incêndio.
O material deve ser analisado a partir desta segunda-feira.


Fonte:

Acesse o G1

 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir