Categoria Educação  Noticia Atualizada em 16-06-2011

Iconha: um passeio no túnel do tempo
Uma aula super bacana de História. Os alunos da EMPEF “Marcelino Biancardi” foram de casa em casa atrás dos resquícios que remontam a história dos antepassados deles
Iconha: um passeio no túnel do tempo

Por Luciana Maximo

Os livros de História certamente têm muito a revelar da história de um povo, mas nada como constatar a veracidade dos fatos do que fotografar e estar no contexto, ou seja, in loco.

Foi exatamente isto que fizeram a professora Ana Cláudia Siqueira da Silva e seus alunos da 3ª série do Ensino Fundamental da Escola Municipal Marcelino Biancardi em Iconha.

No último dia 27, uma aula de história foi dada pelas ruas da Comunidade da Ilha do Coco.

Em duas casas, os alunos entrevistaram os moradores mais antigos: o aposentado Manuel Biancardi e a dona de casa Laura Vieira Biancardi foram os primeiros, além da dona Maria da Silva Garcia, avó da aluna Natália Ramos Cardoso.

As alunas Natália e Kássia Biancardi foram às entrevistadoras de dona Laura. Para surpresa, tanto da professora quanto dos alunos, seu Manuel era um dos filhos do Marcelino além de ter dado nome a escola foi quem plantou os 110 pés de coco que deu origem ao nome da comunidade.


A Ponte


Na ‘prosa’ o casal falou da primeira ponte construída a moda antiga, a base de machado e serrote e na força dos braços dos primeiros moradores que precisavam atravessar o Rio.

As ruas receberam os nomes dos primeiros moradores segundo seu Manoel: Adelson José Biancardi, Eurico Mongin, Charles Fortunato, Honório Goubetti e Pedro Biancardi seu irmão, todas homenageando os grandes homens que com braços fortes ergueram as primeiras casas e comunidade da Ilha do Coco.

O terreno doado para construir a escola, que essas crianças inteligentes estudam, foi doado pelo bondoso senhor Marcelino, sogro de dona Laura. A primeira professora por coincidência também é filha do casal entrevistado, Maria Marta Biancardi Pesinni.

Já os primeiros comércios a se instalarem, pasmem, foram um alambique e uma mercearia com o nome de Neco Copim. Era lá que o povo após a dura lida nas plantações de café e banana bebia e fazia na vendinha as compras que levava para casa no surrado embornal de pano contou o casal.

A Igreja


A Igreja Católica São Cristovão era a paróquia onde os fiéis confessavam os pecados na Ilha do Coco e quem a fundou foi o mais popular, Serrinho. Mas o que dona Laura e seu Manuel sentem mais saudade mesmo é da família, os imigrantes italianos que ficaram para trás. "As quadrilhas nas festas juninas também. Era ‘bão’ demais. Festas como essas não tem mais", disse dona Maria.

"Foi uma verdadeira viagem no túnel do tempo. Os alunos estavam curiosos, foram repórteres por uma tarde que acabou com um delicioso piquenique embaixo de uma árvore. Eles Perguntavam tudo. A aula em campo nos fez além de aprender mais, conhecer uma história que ultrapassa o que propõe o livro didático de História. Imagina você frente a frente com o filho do homem que doou um pedaço de terra para a primeira escola do Município a sua escola? Estou muito grata aos alunos que me deram a oportunidade de conhecer uma história viva e poder compartilhar com eles uma aula que nunca mais sairá da nossa memória", finalizou a professora Ana Cláudia.










    Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  Luciana Maximo    |      Imprimir