Categoria Geral  Noticia Atualizada em 21-06-2011

Festas juninas no Rio têm balão sem fogo
Balões são aquecidos por maçarico e têm o topo preto para absorver calor. Polícia prendeu fabricantes e pessoas que soltaram balões com fogo.
Festas juninas no Rio têm balão sem fogo
Foto: g1

O balão, um dos principais símbolos das festas juninas, se tornou um vilão. Soltar, fabricar, vender ou transportar balões que possam provocar incêndios é crime, conforme a legislação. Mas a iniciativa de um grupo de baloeiros no Rio de Janeiro promete resgatar a tradição dos festejos caipiras sem causar danos ao meio ambiente. A alternativa adotada são os balões de ar quente aquecidos por maçaricos, também chamados de balões ecológicos.

O comandante do Batalhão de Polícia Florestal e de Meio Ambiente, tenente-coronel Mário Márcio Fernandes, alerta que para soltar os balões de ar quente é necessária a liberação do Corpo de Bombeiros, da Aeronáutica e da Polícia Militar. Fernandes explica ainda que a Aviação Civil precisa autoriza o evento, para que não prejudique o tráfego aéreo.

"Esse tipo de balão não fere as leis ambientais. Mas é preciso ressaltar que é preciso de alvará para a realização de um evento ou de uma festa que vá ter a soltura de um balão de ar quente. Essa prática já começou a ser utilizada em cidades em que tradicionalmente se soltava balões de fogo, como São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio", falou o comandante.

Ações para combater o crime
Desde janeiro deste ano, a Polícia Militar e a Polícia Civil iniciaram ações para combater a fabricação de balões. O comandante Fernandes afirmou que, só em 2011, já foram presas 22 pessoas e 85 balões foram apreendidos. A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente fechou, na última quinta-feira (16), duas fábricas de balões em Realengo, na Zona Oeste do Rio. Na ação, 35 balões foram apreendidos.

O delegado responsável pela operação, Fábio Pacífico, explica que, de acordo com a lei nº 9.605/98, o crime pode acarretar de 1 a 3 anos de prisão, mas cabe fiança.

"Fabricar, vender ou soltar balões é considerado crime de médio potencial ofensivo. Mas é preciso enfatizar que a associação para a prática de crime configura quadrilha, o que pode elevar a pena do acusado", informou o delegado.

Em 23 de abril, um balão caiu na rede elétrica do bairro Engenho Novo, no subúrbio. A queda deixou os moradores da região sem luz por algumas horas.

Disque-Denúncia
O Disque-Denúncia é um dos principais recursos utilizados pela polícia para chegar aos criminosos. Através do número 2253-1177, os cidadãos podem revelar as informações sem divulgar o nome.

"Os balões de fogo, além da sua dimensão, podem causar incêndio em refinarias, casas, playground, coberturas. Já soube de casos de balões com grande quantidade de carga de explosivos que explodiu em altitude baixa, caindo sobre apartamentos", destacou o comandante do BPFMA.

Amigos do balão
O empresário Marcos Real é o presidente da Sociedade Amigos do Balão. Há cerca de um ano e meio, o grupo só solta balões de ar quente. Ele diz que confeccionar um balão pode levar até seis meses e custa pouco mais de R$ 100.

"Utilizamos cerca de quatro pacotes de resma de papel, ou seja, duas mil folhas. Primeiro o desenho do balão é projetado para um papel, depois uma maquete, e por último é desenhado na folha colorida. É uma realização ver o balão no céu", conta o empresário.

Marcos explica que os balões abastecidos por fogo e ar quente são feitos pelo mesmo material. A diferença está na técnica de aquecimento. No legalizado, o ar é aquecido por um maçarico e o papel do topo é preto, para absorver calor. O especialista conta ainda que este tipo de balão necessita da luz solar e de condições de vento favoráveis.

"O balão pode ser praticado de uma maneira dentro da lei. O balão de ar quente não consegue levantar voo à noite porque necessita da luz solar para esquentar. Mas durante o dia, ele alça voos e boas distâncias", complementa Marcos.


Fonte: g1
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir