Categoria Policia  Noticia Atualizada em 01-07-2011

Corpo encontrado não é do menino Juan, diz polícia
Polícia faz buscas pelo corpo do menino Juan na Baixada Fluminense na quinta
Corpo encontrado não é do menino Juan, diz polícia
Foto: Aluizio Freire/G1

Aluizio Freire

O corpo de uma criança encontrado pela polícia durante as buscas pelo menino Juan, nesta quinta-feira (30), é de uma menina. A informação foi divulgada pela assessoria de imprensa da Polícia Civil.

O corpo foi encontrado pela manhã na localidade Rio Botas, no bairro de Recantos, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. A análise foi feita pelos peritos do Instituto Médico Legal (IML).

A Chefe de Polícia Civil do Rio, delegada Martha Rocha, determinou que sejam realizados exames de DNA, papiloscopia, da arcada dentária, antropológico, entre outros, para identificar a identidade da criança morta encontrada pelos policiais.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, Martha Rocha orientou que a Divisão de Homicídios da Capital e a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense realizem investigações para descobrir se existe registro do desaparecimento de uma criança do sexo feminino que corresponda às características do corpo encontrado.

A Polícia Civil ressaltou que continua apurando o desaparecimento do menino Juan, que sumiu em 20 de junho, após um confronto entre PMs e criminosos no local onde mora, na Favela Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Buscas
No início da tarde policiais do 20º BPM (Mesquita) receberam novas roupas que foram usadas por Juan recentemente e as buscas foram retomadas na mata da Serra de Madureira, nos fundos da comunidade Danon. As primeiras peças, recebidas ainda na quarta-feira, estavam lavadas e passadas, o que dificultou o trabalho de busca com cães farejadores.

Durante as buscas na comunidade Danon, os policiais receberam uma denúncia de que o corpo do menino estaria em outra localidade, conhecida como Arraiá. Os militares seguiram para lá, com a Companhia de Cães, mas interromperam a operação quando começou escurecer.

"Infelizmente, não encontramos nenhum sinal positivo. Vamos avaliar os resultados para decidir o que faremos daqui para a frente. Mas contamos com colaboração das denúncias para encerrar esse trabalho", disse o comandante do 20º BPm, coronel Sérgio Mendes.

No início da tarde, já na comunidade Danon, as equipes entraram em uma casa que teria sido usada por um dos integrantes da quadrilha dos traficantes. "Aqui funcionava como pousada de um olheiro que repassava a carga de drogas para venda na região aqui de Nova Iguaçu. Era uma espécie de posto avançado do tráfico", disse um policial do Serviço Reservado do batalhão. "Estamos à procura dele também. Certamente sabe de tudo o que aconteceu", completou.

No barraco com sala, cozinha e banheiro, com fogão e cama, estava tudo revirado. Pelo chão, alimentos, roupas, calçados e um carregador de celular.

Programa de Proteção
Também nesta quinta, a Secretaria de estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH) informou que a família de Juan entrou para o Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente Ameaçado de Morte.

O irmão de Juan, Wesley, de 14 anos, que foi ferido durante a operação policial, recebeu alta na manhã desta quinta. Ele estava internado no Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna.

Já na quarta-feira (29), representantes de ONGs, familiares e amigos protestaram em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) para lembrar o desaparecimento de Juan. Antes, a mãe do menino reconheceu o chinelo usado pelo filho no dia do sumiço. Ela afirmou que o calçado era dela, mas o filho pediu para usá-lo.

Na quarta-feira, a mãe de Juan foi ao Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, na Baixada Fluminense, onde está internado seu outro filho, Wesley de 14 anos, também ferido durante a operação. Da unidade ela seguiu para uma reunião com representantes da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio.

Disque-Denúncia lança cartaz
Para conseguir pistas sobre o menino, o Disque-Denúncia lançou na quarta-feira (29) um cartaz com uma foto de Juan. A central já recebeu algumas ligações e a expectativa é de que com a divulgação desse cartaz, o número de denúncias aumente. Quem tiver informações sobre o paradeiro do menino pode ligar para o número (21) 2253-1177. O anonimato é garantido.

Desaparecido há 10 dias
O menino Juan, de 11 anos, desapareceu no dia 20, durante uma troca de tiros entre criminosos e policiais militares, na Favela Danon, onde mora, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. No tiroteio, um homem apontado pela polícia como traficante foi morto. Na 56ª DP (Comendador Soares), os três PMs do 20º BPM (Mesquita) que participaram da ação disseram não ter visto Juan no local, mas afirmaram que viram o irmão do menino, Wesley, que foi atingido por uma bala perdida no confronto.

A mãe do menino, Rosinéia de Moraes, passou a procurar pelo filho sempre com uma foto dele nas mãos e a Polícia Militar começou a investigar se os PMs têm algum envolvimento no desaparecimento de Juan.

"Segundo a mãe deles, Wesley disse que viu o irmão baleado na localidade, mas segundo os policiais militares, eles não viram Juan", disse o delegado da 56ª DP (Comendador Soares), Rafael Ferrão, que esteve à frente das investigações.

Corpo encontrado nesta quinta-feira não é do menino Juan, diz polícia
Segundo a polícia, o corpo achado é de uma menina.
Juan sumiu após uma operaçao policial em uma favela de Nova Iguaçu.

Fonte:

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir