Categoria Economia  Noticia Atualizada em 14-07-2011

Diniz ataca Casino e diz que veto à fusão foi interesse próprio
Empresário afirmou que o sócio francês não analisou méritos da união com o Carrefour e pensou apenas em controlar o Pão de Açúcar
Diniz ataca Casino e diz que veto à fusão foi interesse próprio
Foto: /economia.ig.com.br

O empresário Abilio Diniz voltou a criticar o Casino, grupo francês sócio do Pão de Açúcar, por ter rejeitado a fusão da empresa com o Carrefour. Ele afirmou que o Casino não avaliou os méritos da proposta. O veto ao negócio foi motivado, a seu ver, pela intenção do Casino em controlar o Pão de Açúcar no ano que vem.

"O Casino imediatamente opôs-se à proposta logo que foi anunciada em 28 de junho, sem qualquer análise adequada de seus méritos. O único motivo para contestar a proposta foi seu próprio interesse em adquirir o controle da CDB em 2012", disse o empresário brasileiro, em comunicado enviado nesta quarta à noite.

Segundo Diniz, o Casino também agiu por interesse próprio ao comprar ações do Pão de Açúcar na bolsa de valores. "Estas compras foram efetuadas em absoluto desprezo a um aviso formal da CBD [Pão de Açúcar] solicitando a seus acionistas controladores de se absterem de negociar ações da companhia", disse.

O empresário novamente defendeu os méritos da fusão com o Carrefour e disse que a proposta poderia levar o Pão de Açúcar a "outro patamar".

Veja a íntegra do comunicado de Abilio Diniz:

A Gama reiterou hoje na imprensa sua crença no excepcional interesse estratégico, industrial e financeiro da transação que propôs ao CBD e ao Carrefour no dia 28 de junho, que recebeu o apoio da comissão técnica do BNDES.

Como promotor do crescimento da CBD ao longo das últimas cinco décadas, eu ajudei a trazê-la à posição de líder varejista no Brasil. O crescimento da companhia contribuiu para a estabilidade de preços, da qual os consumidores brasileiros se beneficiaram. A proposta apresentada poderia levar esta companhia a outro patamar, beneficiando a todos, por isso lamento profundamente a posição unilateral do Casino ao rejeitar a mesma.

O Casino imediatamente opôs-se à proposta logo que foi anunciada em 28 de junho, sem qualquer análise adequada de seus méritos. O único motivo para contestar a proposta foi seu próprio interesse em adquirir o controle da CDB em 2012, divulgado em comunicado à imprensa em 28 de junho: "O Casino adquiriu em 2005, de Abilio Diniz e sua família, o direito de se tornar o único acionista controlador em 2012".

Desde então, o Casino vem continuamente acusando esta proposta e suas partes relacionadas, incluindo o BNDES, de serem ilegais e hostis. Não há qualquer fundamento legal, ético ou lógico nestas afirmações. Apesar dos vários convites para avaliar a proposta e discutir seus méritos, o Casino repetidamente se recusou a fazê-lo. Além disso, o Casino tentou impedir a discussão da proposta pela administração da CBD.

Na verdade, o Casino apenas seguiu seus próprios interesses, em particular quando comprou quantidades maciças de ações, a fim de reforçar seu controle sobre a CBD. Estas compras foram efetuadas em absoluto desprezo a um aviso formal da CBD solicitando a seus acionistas controladores de se absterem de negociar ações da companhia.

A gestão dos acionistas controladores da CBD deve respeitar estritamente os princípios de governança corporativa e proteger os interesses de todos os acionistas. O Casino fracassou totalmente em fazê-lo.

Eu permaneço determinado a continuar a agir no melhor interesse do Pão de Açúcar, a fim de criar valor para todos os seus acionistas.

Fonte: /economia.ig.com.br
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir