Categoria Geral  Noticia Atualizada em 23-08-2011

Khadafi não é um alvo mas o fim do seu regime está próximo
Em Trípoli os confrontos prosseguem e a NATO bombardeia complexo de Bab al-Aziziya
Khadafi não é um alvo mas o fim do seu regime está próximo
Foto: www.publico.pt

Não se sabe onde está Muammar Khadafi, mas a NATO garante que o líder líbio não é um alvo e que o regime, em colapso após os rebeldes terem avançado para Trípoli, está prestes a chegar ao fim.

O porta-voz da operação militar que a Aliança Atlântica está a levar a cabo na Líbia, Roland Lavoie, garantiu nesta terça-feira, em conferência de imprensa, que Khadafi não é um alvo da NATO e que desconhece onde se encontra o coronel que governou a Líbia nos últimos 42 anos. E uma outra porta-voz da NATO, Oana Lungescu, sublinhou que o fim do regime do coronel "está próximo" e que as forças que o defendem estão a travar uma "batalha perdida".

"A NATO não tem como alvo indivíduos. Khadafi não constitui um alvo", disse Lavoie em declarações prestadas em Nápoles, onde está instalado o comando militar da operação, mas transmitidas em directo na sede da NATO em Bruxelas, onde responsáveis da Aliança Atlântica deram hoje uma conferência de imprensa.

Lavoie advertiu, no entanto, que se o líder líbio estiver "num centro de comando" das forças que lhe são leais, esse edifício constitui um alvo da NATO, no quadro do seu mandato, conferido pela resolução aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU para que sejam tomadas "todas as medidas necessárias" para proteger os civis". É isso que tem estado a acontecer no complexo de Bab al-Aziziya, o quartel-general de Khadafi e um dos locais onde este poderá estar, que hoje voltou a ser bombardeado pelas forças da NATO, adiantou a estação de televisão Al-Jazira.

Lavoie garantiu que a Aliança Atlântica desconhece o paradeiro de Khadafi – hoje o seu filho, Saif al-Islam Khadafi, disse que o pai está "a salvo em Trípoli" –, mas adiantou que isso nem será o mais importante, ainda que o coronel seja um símbolo do regime. "Todo o mundo está de acordo ao reconhecer que Khadafi não fará parte da solução", sublinhou, citado pela AFP.

Em Bruxelas, a porta-voz da NATO, Oana Lungesco, garantiu que a missão da Aliança Atlântica na Líbia irá continuar "até que qualquer ameaça sobre a população desapareça".

Campanha da NATO continuará até ser restabelecida a segurança

Também o ministro turco dos Negócios Estrangeiros, Ahmet Davutoglu, disse no final de uma reunião esta manhã em Bengasi, com os líderes do Conselho Nacional de Transição (CNT), que a missão da NATO na Líbia vai continuar até que a segurança seja "totalmente restabelecida".

O chefe da diplomacia turca insistiu na necessidade de salvaguardar "a unidade e integridade territorial e política" da Líbia, oferecendo "o total apoio da população turca", quando a queda do regime de Muammar Khadafi é já dada como certa e iminente e o regime se desmorona, desde sábado, com os combates em Trípoli.

Davutoglu apelou ainda a toda a comunidade internacional para que sejam descongelados bens e fundos líbios ainda antes do final do Ramadão, ou seja, antes do fim de Agosto, "em nome do bem-estar da população" líbia. "Os líbios precisam urgentemente de recursos financeiros, visando criar uma Líbia democrática e livre", afirmou.

A Turquia, único país muçulmano membro da NATO, reconheceu há alguns meses o CNT como "representante legítimo do povo líbio", retirando assim autoridade a Khadafi à semelhança de uma outra trintena de países. Logo no início de Maio passado, dois meses e meio após o eclodir das primeiras manifestações anti-regime, que foram desde logo violentamente reprimidas pelas autoridades, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, instou o coronel a afastar-se do poder e a abandonar a Líbia.

Fonte: www.publico.pt
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir