Categoria Geral  Noticia Atualizada em 29-08-2011

Irmãs de comunidade no Rio ganham bolsa para estudar balé fora do país
Mayara e Mayanie vão estudar na Inglaterra e Alemanha. As duas fazem parte de projeto social de dança.
Irmãs de comunidade no Rio ganham bolsa para estudar balé fora do país
Foto: g1

A paixão das irmãs Mayara e Mayanie Magri pelo balé clássico começou quando ainda eram crianças. Elas moram na comunidade Mata Machado, no Alto da Boa Vista, na Zona Norte do Rio, e fazem parte do projeto social "Dançar a Vida", da escola Petite Danse, na Tijuca.

Quase dez anos depois de muita dedicação pela dança, a conquista de concursos internacionais levou ao maior dos prêmios: as duas ganharam bolsas para estudar balé fora do país. Em setembro, Mayara, de 17 anos, vai para o Royal Ballet de Londres, na Inglaterra. Já Mayanie, de 15 anos, vai estudar na John Cranko School, em Stuttgart, na Alemanha. As irmãs vão ficar um ano na Europa, e é a primeira vez que vão se separar.

Mayara começou a disputar competições internacionais e ganhou medalha de ouro no Prix de Lausanne, na Suíça, em fevereiro de 2011. Um mês depois ela venceu também o YAGP (Youth America Grand Prix), em Nova York. "Eu não tive fim de ano, nem férias. Fiquei ensaiando até o dia que viajei. Mas valeu a pena, foi recompensador esses resultados", contou Mayara.

Rotina diferente
São seis horas de ensaio durante seis dias da semana. Tanta dedicação faz com que Mayara e Mayanie tenham uma vida diferente de qualquer adolescente comum.

"Minha vida é totalmente diferente. As minhas amigas dormem depois da escola, fazem o que querem. Eu não. Fico sempre ensaiando, fazendo dieta para não ganhar peso", disse Mayanie, que tem 1m69 e pesa 49 kg.

A mãe de Mayara e Mayanie, Ana Magri, está com o coração na mão com a ida das filhas para o exterior e só pensa na despedida. "É um conflito entre razão e coração. Aqui eu tenho todo um suporte. Lá elas vão começar uma vida nova e vai ser a primeira vez que a gente vai se separar. E elas sempre estiveram juntas, e agora cada uma vai estar em um canto, vivendo uma vida diferente, culturas diferentes", disse.

Mas apesar da distância, a paixão pelo balé ainda fala mais alto. "É muita luta, desde os 8 anos eu deixei de ter aquela infância de uma criança normal. Eu deixei de sair com meus amigos da escola. Desde quando eu comecei o balé eu fiz uma troca, tive que dar tudo de mim e é muito gratificante ter essa recompensa", contou Mayara.

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Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir