Categoria Geral  Noticia Atualizada em 30-08-2011

Argélia defende decisão de receber família de Kadafi
Rebeldes exigem que governo argelino entregue familiares do líder foragido e dá ultimato para que partidários se rendam até sábado
Argélia defende decisão de receber família de Kadafi
Foto: ultimosegundo.ig.com.br

O representante da Argélia na ONU defendeu a decisão de seu país de receber a mulher e três filhos do líder líbio foragido Muamar Kadafi. Um porta-voz dos rebeldes líbios disse que a decisão foi 'um ato de agressão contra o povo da Líbia', exigiu que o governo argelino entregue os familiares de Kadafi e afirmou que, caso contrário, serão usados todos os meios legais para obrigá-los a regressar ao país.

Em entrevista à BBC, o representante argelino Mourad Benmehidi disse que existe na região uma 'regra sagrada de hospitalidade'. O governo argelino afirmou que a decisão se deu por razões humanitárias e que os familiares de Kadafi que a Argélia concordou em receber não se encontram em listas de procurados.

Entre os familiares do líder líbio que conseguiram entrar na Argélia estão a esposa Safia, a filha Ayesha, o filho mais velho, Muhammad, que teria escapado depois de se entregar às forças rebeldes em Trípoli, e outro filho, Hannibal.

A agência AFP afirmou que nesta terça-feira Ayesha deu à luz uma menina, citando como fontes autoridades do governo argelino que não quiseram ser identificadas. Mãe e filha passam bem, de acordo com as autoridades.

A agência de notícias estatal argelina, APS, informou na segunda-feira que os familiares de Kadafi tinham cruzado a fronteira. No entanto, não deu informações sobre o paradeiro do líder, que continua foragido desde que os rebeldes tomaram a maior parte da capital líbia na semana passada.

Os primeiros rumores de que a família de Kadafi tinha saído da Líbia foram divulgados pelos rebeldes durante o final de semana, quando um comboio cruzou a fronteira. As autoridades argelinas, porém, negaram a informação.

Ultimato

A notícia sobre o paradeiro da família de Kadafi foi divulgada em um momento em que as forças rebeldes da Líbia ainda tentam derrotar o que restou das forças leais ao líder.

Nesta terça-feira, o Conselho Nacional de Transição (CNT, órgão político dos rebeldes), deu um ultimo às forças de Kadafi: ou se rendem até sábado ou enfrentam uma luta armada.

Os rebeldes continuam os preparativos para um ataque contra a última área em poder das forças leais a Kadafi, a cidade de Sirte. Mas como muitos têm familiares vivendo no local, há uma tentativa de evitar derramamento de sangue. Os líderes do movimento rebelde fizeram uma proposta de um cessar-fogo de 48 horas, devido ao feriado muçulmano do Eid.

De acordo com o líder do CNT, Mustafa Absul Jalil, se não houver "indicações pacíficas" de que as forças de Kadafi estão se preparando para um rendição, os rebeldes "vão decidir a questão militarmente". "Não gostaríamos (de atacar Sirte), mas não podemos esperar mais", afirmou.

Os comandantes da Otan afirmaram nesta segunda-feira que a campanha aérea contra as forças leais a Kadafi deve continuar, pois a guerra na Líbia está longe do fim. Em uma declaração divulgada depois de uma reunião no Catar, os comandantes da aliança prometeram continuar com os bombardeios contra o que resta das forças do líder.

Com BBC

Fonte: ultimosegundo.ig.com.br
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir