Categoria Geral  Noticia Atualizada em 01-09-2011

Forças sírias ocupam Hama; procurador deixa cargo em protesto
Em agosto, as forças do governo já haviam passado dez dias na cidade. Presidente Bashar al Assad enfrenta cinco meses de protestos.
Forças sírias ocupam Hama; procurador deixa cargo em protesto
Foto: www.g1.com

Forças sírias ocuparam casas na cidade de Hama nesta quinta-feira (1º) pelo segundo dia consecutivo, disseram moradores, e o procurador-geral da cidade declarou em vídeo no YouTube que estava renunciando ao cargo em protesto contra a repressão às manifestações pró-democracia.

Depois de cinco meses, os protestos contra o presidente Bashar al Assad ganharam novo fôlego com a deposição, na Líbia, do regime de Muammar Kadhafi.

Moradores de Hama disseram que a polícia e milicianos conhecidos como "shabbiha" ocuparam casas durante a noite nos bairros de Al Sabouniya e Al Marabet. Na noite anterior, soldados escoltados por tanques haviam detido dezenas de pessoas em dois outros bairros.

No começo de agosto, as forças do governo já haviam passado dez dias na cidade, período em que centenas de pessoas foram presas.

O procurador-geral de Hama disse ter deixado o cargo por causa da morte de 72 presos políticos na cadeia da cidade, na véspera da primeira ofensiva militar, em 31 de julho. Ele disse que pelo menos outras 420 pessoas foram presas na operação, tendo sido sepultadas em valas comuns escavadas em parques públicos.

"Eu, juiz Adnan Mohammad al Bakkour, procurador-geral da provincial de Hama, declaro que renunciei em protesto contra as selvagens práticas do regime contra manifestantes pacíficos", disse Bakkour no vídeo divulgado por ativistas no site YouTube.

Autoridades sírias dizem que Bakkour foi sequestrado por militantes e obrigado a gravar o vídeo. O governador de Hama, Anas Naem, disse à agência estatal de notícias que os canais que transmitiram o vídeo "se tornaram parceiros nos crimes terroristas contra cidadãos sírios inocentes."

Um advogado independente disse que a pessoa no vídeo era Bakkour, e o promotor negou os relatos da imprensa estatal de que tinha sido sequestrado por grupos armados esta semana.

A renúncia de Bakkour seria a primeira baixa relevante no regime de Assad desde o início da onda de protestos, em março -- período no qual, segundo a ONU, mais de 2.000 civis foram mortos.

Na quarta-feira, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse que Assad cometeu danos "irreparáveis", e que a França e outros países farão de tudo para "ajudar as aspirações do povo sírio por liberdade e democracia".

A União Europeia está planejando impor sanções ao setor petrolífero líbio.

Na cidade de Deir al Zor (leste), ativistas locais disseram que uma menina de seis anos foi morta e sua mãe ficou ferida por disparos de fuzis feitos por milicianos shabbiha no bairro de Al Joura, numa ação para evitar protestos após as preces noturnas.

Fonte:

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Por:  José Rubens Brumana    |      Imprimir