Categoria Economia  Noticia Atualizada em 01-09-2011

Decisão de derrubar os juros anima investidores e bolsas reagem
Setembro começou movimentado na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), após um rally de quatro altas seguidas.
Decisão de derrubar os juros anima investidores e bolsas reagem
Foto: correiodobrasil.com.br

Setembro começou movimentado na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), após um rally de quatro altas seguidas. O ânimo dos investidores apontava, logo no início dos negócios, para uma quinta-feira animada no mercado brasileiro, de olho na decisão do Banco Central (BC) de reduzir a taxa básica dos juros, que surpreendeu os analistas. O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu na noite passada cortar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, para 12% ao ano, enquanto a maioria dos analistas apostava mesmo na estabilidade.

A decisão da equipe econômica amplia o volume de negócios na Bovespa, pois deixou o investimento em renda fixa menos atrativo e também incentiva o crescimento da economia, ainda que sob o risco de perder o controle da inflação. Investidores devem buscar essa opção especialmente em papéis de empresas mais atreladas à cena doméstica, como varejo e construção, que se beneficiam diretamente de juros mais baixos.

O início dos negócios já se mostrava favorável à Bovespa. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, avançava 1,84% por volta das 10h30, aos 57.531 pontos. O Ibovespa futuro subia 1,57%, para 57.960 pontos. Dentre as ações de maior peso, Vale PN subia 0,44%, a R$ 40,83; Petrobras PN ganhava 0,48%, a R$ 20,90; OGX Petróleo ON avançava 1,65%, a R$ 11,66; Itaú Unibanco PN tinha valorização de 2,94%, a R$ 29,68; e BMFBovespa ON se apreciava em 5,35%, a R$ 9,83.

O mercado brasileiro mostrava-se descolado do ambiente externo. Nos Estados Unidos, o índice futuro do Dow Jones subia apenas 0,09%, enquanto o SP 500 operava estável. Na véspera, o Ibovespa teve valorização de 2%, aos 56.495 pontos. O giro financeiro atingiu R$ 7,2 bilhões. Em agosto, o índice acumulou baixa de 4% e, em 2011, ainda recua 18,5%.

As bolsas norte-americanas também avançaram no pregão passado, mas as perdas em agosto foram as mais expressivas. O índice Dow Jones recuou 4,4%, o SP 500 cedeu 5,7% e o Nasdaq caiu 6,4%. No ano, apenas o Dow Jones conseguiu voltar a ter leve ganho. Além da decisão do Copom, a agenda norte-americana está carregada neste pregão. Logo cedo, o Departamento de Trabalho mostrou que o número de pessoas que entraram com pedidos de seguro-desemprego nos EUA na semana terminada em 27 de agosto caiu em 12 mil, para o nível sazonalmente ajustado de 409 mil.

Os investidores também acompanhavam os indicadores de atividade industrial de agosto, gastos com construção em julho e produtividade do trabalhador no segundo trimestre. Na Europa, porém, as más notícias econômicas seguem como fonte de preocupação. A atividade industrial da zona do euro contraiu-se em agosto pela primeira vez desde setembro de 2009. O Índice dos Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da região, divulgado pela Markit, cedeu de 50,4 em julho para 49,0 em agosto, abaixo, portanto, da marca de 50, que separa contração de expansão. O número é mais um sinal de que a economia do bloco europeu está perdendo fôlego.

Na Alemanha, o Departamento Federal de Estatísticas (Destatis) confirmou o dado preliminar que havia apontado crescimento de 0,1% do PIB do país no segundo trimestre deste ano. A expansão de 2,7% frente ao segundo trimestre do ano passado também foi confirmada.

Fonte: correiodobrasil.com.br
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir