Categoria Economia  Noticia Atualizada em 02-09-2011

Dilma defende atuação do Banco Central contra a crise
Declaração ocorre após BC reduzir taxa de juros de 12,5% para 12% ao ano. Presidente afirmou que BC mantém bancos sob controle em "política sóbria".
Dilma defende atuação do Banco Central contra a crise
Foto: www.g1.com

A presidente Dilma Rousseff defendeu, nesta sexta-feira (2), o papel do Banco Central na condução da política de redução dos impactos da crise financeira internacional.

"Enquanto os governos [estrangeiros] lançaram mão dos seus orçamentos fiscais e absorveram as dívidas, o Brasil tinha seus bancos devidamente sob controle do Banco Central numa política sóbria e centrada", disse a presidente em Esteio (RS), onde participou da abertura da feira agropecuária Expointer.

A declaração vem depois de o Banco Central decidir, na última quarta-feira (31), pautado no cenário de turbulência internacional, o recuo de 12,5% para 12% da taxa básica de juros ao ano. A decisão vem enfrentando uma série de críticas, sobretudo da oposição, que acusa o governo de interferir nas decisões da instituição e de estar sendo pessimista com relação ao comportamento da economia dos países ricos.

Dilma também destacou as decisões do Banco Central para a prevenção de problemas de crédito. "Nós não usamos recursos fiscais. Usamos os depósitos compulsórios que estão no Banco Central", disse. "[Durante a crise] Em 2008 nós tínhamos R$ 200 milhões. Hoje nós temos R$ 420 bilhões de depósitos compulsórios no Banco Central. Qualquer problema de crédito nós temos condução de enfrentar", completou.

Ela reforçou que o país "tem instrumentos" para passar pela crise e ressaltou que as reservas internacionais, hoje, chegam a US$ 350 bilhões.

A queda na taxa foi decidida um dia após o governo anunciar elevação do superavit primário (economia para pagamento da dívida) em R$ 10 bilhões neste ano.

Plano Safra
Dilma também destacou o investimento de R$ 107 bilhões no setor de agropecuária, dos quais R$ 16 bilhões serão direcionados para o Plano Safra da Agricultura Familiar 2011-2012. Os investimentos, segundo ela, serão voltados à concessão de crédito ao agricultor.

"Esses recursos serão oferecidos aos agricultores deste país em condições adequadas ao seu desenvolvimento, principalmente porque nós estamos oferecendo juros que, nas condições atuais brasileiras, são praticamente negativos -- juros de 6,5% ao mês no máximo", disse.

A presidente ainda fez elogios ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, segundo ela, aumentou os investimentos no setor numa comparação com o governo anterior.

"Quando chegamos ao governo em 2003, início do governo do nosso presidente Lula, o valor colocado para o Plano Safra e o agronegócio era de apenas R$ 27 bilhões para o agronegócio e R$ 4,5 bilhões para a agricultura familiar."

Fonte:

Acesse o G1

 
Por:  José Rubens Brumana    |      Imprimir