Categoria Geral  Noticia Atualizada em 09-09-2011

Incêndio no Jardim Botânico atingiu áreas da UnB e do IBGE
Grande parte dos 4,5 mil hectares de fazenda foram atingidos, diz UnB. Bombeiros afirmaram que ainda não é possível estimar prejuízos.
Incêndio no Jardim Botânico atingiu áreas da UnB e do IBGE
Foto: www.g1.com

Equipes do Corpo de Bombeiros trabalham nesta sexta-feira (9) para conter o fogo que começou no Jardim Botânico na quarta e atingiu na quinta a Fazenda Água Limpa, da Universidade de Brasília, e uma área de proteção ambiental do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com a UnB, grande parte dos 4,5 mil hectares da fazenda foram consumidos. A instituição disse que o local abriga mais de 150 projetos de pesquisa e que muitas espécies vegetais usadas nos estudos foram destruídas.

O Corpo de Bombeiros informou que há outras ocorrências em Brazlândia, no Parque Nacional e próximo ao Presídio Feminino do Distrito Federal, mais conhecido como Colmeia. A corporação afirmou que ainda não é possível estimar os danos.

A fumaça dos incêndios levou o Aeroporto Internacional de Brasilia a funcionar por instrumentos nesta sexta. Segundo a Infraero, nenhum voo foi cancelado por falta de visibilidade. A partir das 10h20, os pousos e decolagens passaram a ser feitos visualmente.

A organização do 1º Campeonato Nacional de Balonismo da Independência resolveu cancelar as provas desta sexta em razão da falta de visibilidade.

Escolas públicas no Lago Sul cancelaram as atividades na manhã desta sexta-feira (9). Funcionários das unidades informaram que os diretores do Centro de Ensino Fundamental nº 6 e do Centro Educacional do Lago decidiram encerrar as atividades porque o ambiente escolar estava tomado pela fumaça.

"Os alunos estavam passando mal por causa da fumaça", disse a professora do Centro de Ensino Fundamental nº 6, Selene Carvalho.

A vice-diretora de uma escola no Lago Sul que teve as aulas suspensas nesta manhã Kátia José Teixeira da Silva disse que foi preciso suspender as aulas devido à densidade da fumaça.

"Não tinha condições de as crianças respirarem. Algumas chegaram a passar mal. Tivermos de ligar para os pais para vir buscar [os filhos] imediatamente. Seguimos uma recomendação da Defesa Civil."

Para a estudante Érika Renise, de 15 anos, "Brasília parecia cena de filme" na manhã desta sexta-feira. Na escola dela, os alunos foram liberados 15 minutos antes do horário normal por causa da fumaça. "A cidade estava estranha. Bebi mais água que o normal e não tive atividade física na escola."

Nesta quinta-feira (8), a Escola Classe Jardim Botânico suspendeu as atividades por causa da fumaça. Segundo a Secretaria de Educação, a direção considerou as condições insalubres, porque a fumaça dos incêndios fica no ar por cerca de 24h.

Estado de alerta
No final da manhã, a Defesa Civil emitiu um "comunicado de risco", em que diz que o DF está em "estado de alerta em função das condições meteorológicas e da queda de umidade relativa do ar".

Na nota, a Defesa Civil "recomenda, veementemente, que as instituições públicas e privadas suspendam suas atividades quando forem percebidos sinais de agravo à saúde, tais como: tosse, dificuldade de respirar, mal estar, ou quando focos de incêndios estiverem afetando atividades laborais ou letivas".

Seca
A alta temperatura e a seca influenciam no número de ocorrências. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) calcula que pelo menos 160 grandes focos do incêndio tenham atingido o DF de janeiro até o último dia 7. O número é menor do que o registrado pelo Corpo de Bombeiros porque o instituto só considera os focos com mais de 1 metro de largura e 30 metros de extensão.

De acordo com o Inpe, os focos diminuíram neste ano. Os 160 registrados em 2011 são 48% a menos do que os 309 registrados em 2010 no mesmo período. Um mapa sobre os riscos de incêndio na região, no entanto, mostram que quase todo o Distrito Federal tem risco crítico ou alto de incêndio.

Dados do Corpo de Bombeiros mostram que foram queimados 10.305 hectares no DF neste ano. De 16 de maio, quando aconteceu o primeiro incêndio, até a útima quarta-feira (7), foram registrados 2.458 incêndios. Esse número não inclui os focos, que são pequenos incêndios que podem se extinguir sozinhos ou sem a ajuda de profissionais.

O balanço deste ano, no entanto, deve apresentar uma diminuição de 10% a 15% em relação ao ano passado, quando aconteceram cerca de 3 mil incêndios. Para Oliveira, essa diminuição é reflexo do trabalho de prevenção dos bombeiros, que orientaram agricultores sobre como controlar fogueiras e a queima do pasto.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera ideal a umidade acima de 60%. Entre 30% e 20% é considerado estado de atençã. Abaixo de 20% até 12% é decretado o estado de alerta.

Fonte:

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Por:  José Rubens Brumana    |      Imprimir