Categoria Economia  Noticia Atualizada em 15-09-2011

Bovespa descola do exterior e tem terceira baixa seguida
Grécia e menores perspectivas de queda de juros pressionaram o Ibovespa; dólar sobe pelo nono dia seguido e atinge R$ 1,71
Bovespa descola do exterior e tem terceira baixa seguida
Foto: economia.ig.com.br

As atenções dos investidores se voltaram mais uma vez para a Grécia nesta terça-feira. Nos próximos dias, novidades da Europa devem continuar norteando os mercados acionários, segundo analistas. Diante de notícias boas, mas um cenário que permanece ruim, a Bovespa oscilou entre os campos positivo e negativo diversas vezes nesta terça-feira, mas acabou fechando em queda, contrariando as principais bolsas internacionais.

Com uma desvalorização de 0,25%, o Ibovespa teve sua terceira sessão seguida de perdas e terminou cotado em 55.543 pontos. Ontem, o principal índice da bolsa de valores brasileira fechou em baixa de 0,17%, aos 55.685 pontos. No exterior, os principais índices da Europa e dos EUA apresentam ganhos.

No mercado cambial, a busca por dólar continuou e a moeda fechou em alta de 0,35%, cotada em R$ 1,714 na venda. Como é considerado um ativo seguro, o dólar tende a ser mais procurado em momentos de incertezas globais.

Desde de julho, quando atingiu o menor nível do ano em R$ 1,537, a moeda norte-americana já avançou 11,5%.

Internamente, o que contribuiu para a perda do Ibovespa foram as quedas das ações de empresas de bens de consumo e construtoras, que são afetadas por menores expectativas de novos cortes de juros, depois de um crescimento maior que o previso das vendas no varejo no País.

As maiores quedas do dia foram das ações de Lojas Renner (-5,35%), BR Malls (-4,57%), Hering (-4,32%), Gafisa (-3,40%) e PDG Realty (-2.77%). Por outro lado, ações da B2W (+9,96%), da Usiminas (=4,63%) e da Lojas Americanas (=3,53%) tiveram fortes altas.

Grécia

"O foco principal continua sendo os desdobramentos da crise europeia. Como aconteceu no dia de ontem, as notícias do velho continente são vetores para direcionamento dos mercados mundiais nesses dias," avaliam os analistas da Lerosa Investimentos.

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Eles afirmam que há sinais de que alguns bancos muito expostos à dívida da Grécia estejam com dificuldade de acesso a boas taxas interbancárias. "Essa informação foi negada pelos bancos franceses, mas o clima de desconfiança persiste," afirmam em relatório.

Entre as notícias recentes, a chanceler alemã Angela Merkel disse em entrevista à Inforadio que não vai deixar a Grécia entrar em uma "falência descontrolada" por causa do risco de contágio para outros países. No Brasil, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje que os principais países emergentes vão discutir na próxima semana como ajudar a Europa a enfrentar a crise.

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Agora, as expectativas estão voltadas para a visita da delegação da União Europeia (UE), do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) - conhecida por troika - à Atenas. O encontro acontece amanhã, e os participantes vão avaliar os esforços feitos pelo país para poder receber nova parcela de um socorro financeiro.

Na Itália, o que anima os investidores, desde ontem, é o fato de o governo estar conversando com a China para que um fundo do gigante asiático compre bônus de sua dívida e invista em empresas estratégicas italianas.

Os economistas do Banco Fator ressalvam em relatório, entretanto, que mesmo que a China compre os títulos do país, os prêmios pagos na última venda dos papéis foram altos e os bônus oferecidos não foram integralmente vendidos.

De qualquer forma, a China reiterou sua confiança na economia europeia e no euro, acrescentando que a Europa vai continuar a ser um dos principais mercados de investimento estrangeiro do país.

As principais bolsas europeias fecharam em alta, puxadas pela recuperação dos bancos, ainda que um salto nos custos de financiamento da Itália e temores de um default grego tenham mantido os ganhos em xeque. Em Londres, o índice FTSE 100 subiu 0,87%. Em Paris, o CAC 40 teve alta de 1,41%. Em Frankfurt, o DAX ganhou 1,85%. Em Madri, o Ibex 35 valorizou 2,53%. Na Itália, o FSTE MIB fechou em alta de 2,19%.

Nos Estados Unidos, perto de 16h20, o Dow Jones subia 0,31%, enquanto o Nasdaq avançava 1,31% e o S&P500 tinha ganho de 0,82%.

Na Ásia, a maior parte dos mercados fechou em baixa nesta terça-feira, ainda influenciados pelos temores crescentes sobre a crise de débito europeia.



(Com agências)

Fonte: economia.ig.com.br
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir