Categoria Geral  Noticia Atualizada em 19-09-2011

Forças do governo matam mais 17 após domingo violento no Iêmen
iroteios esporádicos e bombardeios eram ouvidos na capital, Sanaa. Presidente Saleh tenta se manter no poder apesar de protestos massivos
Forças do governo matam mais 17 após domingo violento no Iêmen
Foto: www.g1.com

Franco-atiradores leais ao governo dispararam de cima de telhados na capital do Iêmen, Sanaa, em uma multidão de manifestantes nesta segunda-feira (19) que exigiam a renúncia do presidente Ali Abdullah Saleh, disseram testemunhas, intensificando a violência que abalou um tenso impasse.

De acordo com médicos, ao menos 17 pessoas foram mortas, incluindo uma criança, e 50 ficaram feridos no confronto entre tropas leais a Saleh e manifestantes.

Tiroteios esporádicos e bombardeios eram ouvidos por Sanaa, um dia depois que 26 manifestantes foram mortos durante um massivo protesto contra o governo.

De acordo com testemunhas, as mortes desta segunda-feira ocorreram no momento em que tropas do governo atiravam ao alto para dispersar os manifestantes. Segundo um jornalista da agência de notícias Reuters, franco-atiradores dispararam dos telhados de construções e de andares mais altos contra a multidão de manifestantes.

Pessoas feridas foram transportadas às pressas em motos para um hospital improvisado na "Praça da Mudança" (nome escolhido pelos manifestantes), onde pessoas têm acampado durante oito meses pedindo o fim do governo repressivo de 33 anos de Saleh no país empobrecido da Península Arábica.

O Iêmen está politicamente paralisado enquanto Saleh, atualmente na Arábia Saudita recebendo tratamento por feridas sofridas em uma tentativa de assassinato, tenta se manter no poder apesar de protestos massivos em todo o país. A turbulência pode fortalecer o braço iemenita da al-Qaeda e aumentar o risco de ataques militantes contra alvos norte-americanos e sauditas no exterior.

A violência desta segunda-feira irrompeu quando manifestantes tentaram avançar nas áreas de Sanaa controladas por forças do governo, depois de ampliar o acampamento durante a noite para um cruzamento conhecido como a rotatória Kentucky.

Em Genebra nesta segunda-feira, o ministro de Relações Exteriores, Abubakr Abdullah Al-Qirbi disse que o derramamento de sangue de domingo, que deixou 26 mortos, seria investigado e os responsáveis seriam processados.

Em discurso ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, ele disse: "O governo do Iêmen expressa sua angústia e condena todos os atos de violência e derramamento de sangue como aqueles testemunhados ontem em Sanaa. O governo irá investigar e responsabilizar aqueles encarregados por esses atos."

Fonte:

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Por:  José Rubens Brumana    |      Imprimir