Categoria Geral  Noticia Atualizada em 11-10-2011

Ex-premiê é condenada a sete anos de prisão na Ucrânia
Para tribunal, oposicionista Yulia Timoshenko usou poder para fins criminais. Ela disse que veredicto foi "inventado" pelo governo de Viktor Yanukovich.
Ex-premiê é condenada a sete anos de prisão na Ucrânia
Foto: www.g1.com

A ex-primeira-ministra da Ucrânia Yulia Timoshenko, atual líder da oposição, foi condenada nesta terça-feira (11) a sete anos de prisão.

Timoshenko foi considerada culpada de usar o poder para "fins criminais" em um acordo sobre o gás com a Rússia, afirmou o juiz Rodion Kireev ao ler o veredicto da ex-premiê.

Kireev iniciou a leitura com um resumo das acusações contra a líder da oposição ao presidente Viktor Yanukovich, julgada por abuso de poder na assinatura do contrato do gás com a Rússia em 2009.

O juiz também ordenou que a opositora pague US$ 200 milhões à empresa pública de hidrocarbonetos Naftogaz para reembolsar as perdas ocasionadas pela empresa de contratos com a Rússia em 2009, quando era primeira-ministra.

Detida provisoriamente desde agosto, a opositora era julgada por assinar estes acordos sem autorização do governo que liderava na época.

"Glória à Ucrânia!", disse Timoshenko ao entrar no tribunal.

Centenas de militantes da oposição se reuniram nas proximidades do tribunal para manifestar apoio a Timoshenko e houve confronto com a polícia.

Yulia Timoshenko denunciou um "veredicto inventado" pelo governo de Yanukovich.

"Este caso criminal foi inventado, o veredicto foi inventado. Yanukovich volta ao ano de 1937", declarou Timoshenko, em uma referência ao grande expurgo organizado naquele ano pelo ditador soviético Josef Stalin.

Ela afirmou que vai recorrer da sentença a um tribunal europeu.

O presidente Yanukovitch sugeriu que uma sentença mais branda poderia ser pronunciada na apelação.

Decisão criticada
A União Europeia, com a qual a Ucrânia tenta negociar um acordo de associação, criticou fortemente a condenação, assim como a Rússia, que negocia com Kiev a obtenção de uma bonificação no preço do gás.

A Casa Branca disse estar "profundamente desapontada" com a sentença, disse que o processo foi "motivado politicamente" e manifestou preocupação com o compromisso da Ucrânia com a democracia.

O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, disse, durante uma visita a Pequim, que "não entende" porque Timoshenko foi condenada a sete anos.

"Verdadeiramente, não entendo muito bem porque foi condenada a sete anos", disse Putin, de acordo com a agência de notícias Interfax.

Já a UE está "profundamente decepcionada" com este processo "que não respeitou as normas internacionais" e a Ucrânia vai se expor a graves consequências se Timoshenko não tiver um processo justo na apelação, declarou a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton.

O ministério russo das Relações Exteriores denunciou "o caráter claramente antirrusso de todo este caso", ma medida em que o julgamento levanta questões sobre a legalidade dos contratos russo-ucranianos".

"Tais acordos foram feitos conforme a legislação russa, ucraniana e internacional", acrescentou o ministério.

A Ucrânia tenta há meses obter uma revisão dos contratos, entre eles o que pôs fim ao conflito gasífero entre Ucrânia e Rússia, que atrapalhou o fornecimento de gás russo da União Europeia. A Rússia nega-se a baixar o preço de seu gás sem uma compensação.

Presidente
O presidente ucraniano, que desmente estar por trás dos problemas judiciais da mais conhecida de seus opositores, afirmou que entende as inquietações europeias.

"Sem nenhuma dúvida é um caso lamentável que impede a integração europeia da Ucrânia. Provoca inquietações da União Europeia e entendemos a razão", acrescentou.

"Mas esta decisão não é definitiva", já que o caso Timoshenko passará para o Tribunal de Apelações, acrescentou Yanukovitch, e "a decisão que (este Tribunal) tomará e a legislação na qual se apoiará serão muito importantes", acrescentou.

Fonte:

Acesse o G1

 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir