Categoria Geral  Noticia Atualizada em 26-10-2011

Otan adia para sexta decisão sobre encerramento da missão na Líbia
Novo governo líbio pós-Kadhafi pediu apoio militar até o fim do ano. Decisão provisória era de retirar as tropas ocidentais até fim de outubro.
Otan adia para sexta decisão sobre encerramento da missão na Líbia
Foto: www.g1.com

A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) adiou para sexta-feira (28) a reunião na qual espera formalizar a decisão de encerrar a missão na Líbia no final do mês de outubro.

O líder interino da Líbia, Mustafa Abdel Jalil, disse nesta quarta que a missão da Otan no país deveria ser estendida até o final do ano para evitar a fuga de partidários de Muammar Kadhafi, morto na quinta-feira após ataque a comboio em Sirte.

A Otan disse que não pretende manter as forças na região após ter concluído sua missão e afirmou repetidas vezes que seu mandato pelo Conselho de Segurança da ONU era para proteger civis, não para buscar indivíduos - embora Kadhafi tenha sido capturado depois que seu comboio foi atingido por um ataque aéreo das forças da Aliança Atlântica.

A expectativa era de que embaixadores da organização se reunissem na quarta-feira para formalizar a decisão preliminar, tomada na semana passada, de encerrar a missão em 31 de outubro. A porta-voz da Otan Carmen Romero disse que essa reunião foi adiada.

"O Conselho do Atlântico Norte se reunirá com parceiros na sexta-feira para discutir a nossa missão na Líbia e tomar uma decisão formal", disse ela, referindo-se ao órgão administrativo da Otan.

Questionada se a Otan manterá a decisão de terminar a missão no final do mês, ela respondeu que essa é a decisão preliminar do Conselho e que a decisão formal ainda estava para ser tomada.

"Conforme combinado, a Otan continua monitorando a situação em terra e mantém a capacidade de responder a quaisquer ameaças a civis. A situação permanece calma, já que o CNT continua estabelecendo sua autoridade", afirmou.

Romero disse que o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, estava em consulta com as Nações Unidas e o Conselho Nacional de Transição da Líbia sobre os planos de concluir a missão.

Na semana passada os países-membros da Otan tomaram a decisão com base nas recomendações militares.

O comandante da missão na Líbia, o tenente-general Charles Bouchard, disse na segunda-feira que não havia risco de as forças leais a Kadhafi realizarem ataques bem sucedidos para retomar o poder e que acreditava que as forças do CNT seriam capazes de lidar com ameaças à segurança.

Na terça-feira, o vice-secretário-geral adjunto para Assuntos Políticos e de Segurança da Otan, James Appathurai, disse esperar que a aliança confirmasse sua decisão de encerrar a missão no país norte-africano.

A Otan já começou a diminuir a missão, e diplomatas afirmam que a maioria dos equipamentos, incluindo aviões de combate, foi retirada do local.

Um comunicado da Otan na terça-feira informou que as operações nesse meio tempo envolveriam inteligência, vigilância e reconhecimento, embora a Otan mantivesse a capacidade de conduzir ataques aéreos se necessário.

Dúvidas
A a maneira como Kadhafi e seu filho Muatassim foram capturados e depois mortos e a exibição mórbida de seus corpos em decomposição em Misrata, em uma câmara frigorífica, colocou dúvidas nos parceiros ocidentais do novo regime líbio.

Eles temem que a nova autoridade líbia não tenha compromisso com o governo estável e com o primado da lei.

As declarações do governo de transição de que vai seguir a sharia, a lei islâmica, também preocupam.

Kadhafi e Muatassim foram enterrados em um lugar secreto no deserto na terça, para evitar que o túmulo vire local de peregrinação ou seja vandalizado.

Sob pressão do Ocidente, o CNT prometeu na segunda-feira investigar as circunstâncias da morte de Kadhafi. Imagens de celular mostram que ele foi agredido e barbarizado antes de aparecer morto.

Mas a versão oficial é que ele morreu vítima de uma bala em um fogo cruzado.

Fonte:

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Por:  Maratimba.com    |      Imprimir