Categoria Geral  Noticia Atualizada em 18-11-2011

Portugal e Angola são aliados estratégicos muito relevantes
Portugal e Angola mantêm uma "relação de excelência", considerou o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, numa extensa entrevista publicada na edição de hoje do Jornal de Angola, que lança a visita oficial que hoje inicia a Angola.
Portugal e Angola são aliados estratégicos muito relevantes
Foto: www.dn.pt

Na entrevista, de duas páginas, com chamada de primeira página e sob o título "Pedro Passos Coelho no país da sua infância", o chefe do Governo português acrescenta que esta sua deslocação vai dar "maior impulso às relações económicas" bilaterais.

"Sabemos que temos uma relação de excelência com Angola, sabemos que as duas economias já estão muito ligadas, mas precisamos de dar um impulso ainda maior. E todas as dificuldades que herdámos do passado têm de servir para nos incutir um ânimo ainda maior no trabalho que temos de realizar em conjunto", salientou o primeiro-ministro.

Nesta entrevista, Pedro Passos Coelho abordou a crise financeira que agita a zona Euro e ainda a sua infância, que caracterizou como "muito feliz" no Cuito, Huambo, Benguela e Luanda.

Instado a comentar o facto do governo angolano ter em Portugal um parceiro estratégico, Passos Coelho destacou a evidência de Angola ser dos países que "mais investimento directo externo tem em Portugal".

"E Portugal tem sido, através das empresas portuguesas, um investidor externo com relevância em Angola. Temos uma proximidade muito grande. Muitos portugueses procuraram Angola para trabalhar e para se realizarem profissionalmente. Temos também uma comunidade angolana relevante cá em Portugal. Angola tem vindo a crescer nos últimos anos a um ritmo elevado. Portugal aposta cada vez mais na internacionalização da sua economia e na captação de investimento externo. Estes factores fazem de Portugal e Angola aliados estratégicos muito relevantes", frisou.

Sobre a crise económica em que Portugal se encontra e quanto aos reflexos que poderá ter no relacionamento com Angola, reconheceu que os portugueses atravessam actualmente uma "situação difícil que resulta também de erros acumulados ao longo de muitos anos. São erros sobretudo de política económica e financeira".

Quanto ao facto de ter incluído nesta deslocação a Angola apenas assessores, Pedro Passos Coelho acentuou a presença na sua comitiva do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação e, quanto à presença dos assessores diplomático, de imprensa e económico, diz significar que se trata de "uma deslocação do Primeiro-Ministro, não do governo de Portugal, que visa, sobretudo, neste início de mandato, fazer um primeiro contacto, sobretudo, com o Presidente José Eduardo dos Santos e marcar a agenda que vai ser a nossa cimeira bilateral que ocorre durante o ano de 2012".

"O facto de me deslocar com uma equipa muito pequena de assessores, não significa menor relevância da visita. Antes pelo contrário. Foi com esta mesma composição que estive com a Presidente do Brasil e tenho estado com os primeiros-ministros e Chefes de Estado da União europeia.

Para esta estada de cerca de 40 horas em Luanda, Pedro Passos Coelho revela ter "expectativas muito elevadas".

"Em primeiro lugar, porque não conheço pessoalmente o Presidente José Eduardo dos Santos e é para mim uma honra conhecê-lo. Mas quero dizer que ele já tinha tido a amabilidade de me convidar para visitar Angola na altura em que fui eleito presidente do PSD, então principal partido da oposição. Por razões que se prenderam com o nosso calendário interno não foi possível efectuar a visita. O Presidente José Eduardo dos Santos teve amabilidade de me convidar novamente, agora como chefe do governo, e é muito importante que nos possamos conhecer pessoalmente", vincou.

Também a Rádio Nacional de Angola destacou na sua emissão de hoje a visita do primeiro-ministro português, com a emissão de uma entrevista no espaço "Manhã Informativa", em que o chefe do governo português considera que em Portugal, "mercê de circunstâncias difíceis que se têm vivido nos últimos anos, tem havido uma necessidade ainda mais intensa de nos voltarmos para fora e Angola, tem estado numa lista muito relevante de empresários portugueses, que esperam encontrar em Angola, possibilidades de investimentos, profissionais português que vêem Angola, como um país com capacidades grandes de crescimento e que pode ajuda-los na sua realização pessoal e profissional".

Pedro Passos Coelho chega hoje ao fim da tarde a Luanda para uma visita oficial, durante a qual se encontra com o presidente José Eduardo dos Santos, com quem almoça quinta-feira.

O regresso a Portugal está marcado para a manhã de sexta-feira.

Fonte: www.dn.pt
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir