Categoria Geral  Noticia Atualizada em 06-01-2012

Agricultores sofrem com a seca no RS: "Não temos água para tomar"
Não chove forte em São Paulo das Missões desde outubro de 2011. Município calcula prejuízo de R$ 9 milhões no comércio.
Agricultores sofrem com a seca no RS:
Foto: g1.globo.com

Em uma das regiões mais afetadas pela estiagem que atinge o Rio Grande do Sul, o impacto da falta de chuva não atinge somente as lavouras. Em São Paulo das Missões, no noroeste do estado, além dos prejuízos com a agricultura, os produtores sofrem com a falta de água diante da forte seca. De acordo com dados divulgados pela Defesa Civil nesta sexta (6), o estado já tem 388 mil pessoas afetadas pela seca.

Um dos produtores que passam por esta situação é Sebastião Rosa, que a cada dia enfrenta mais dificuldades para manter sua propriedade. O açude próximo a sua residência secou. Com isso, precisa buscar água diariamente em um poço a 2km de distância.

"Aqui está tudo seco já faz uns 15, 20 dias. Não temos água para tomar nem para o gado", lamenta.

Sem registrar chuva forte desde outubro, a produção mais comprometida do município é a de milho, com 70% de perda, de acordo com a Secretaria de Agricultura do municipio. O prejuízo chega a 50% no fumo e 10% na soja. Com a safra agrícola reduzida, o reflexo foi imediato no comércio local, que registra queda de vendas de 30%.

O munícipio já calcula um prejuízo de R$ 9 milhões, de acordo com a Prefeitura. O produtor Paulo Krammer lamenta os efeitos da estiagem que prejudicaram todo um ano de trabalho. "A única coisa que vai dar para fazer é uma silagem para alimentar os bichos. E olhe lá. Vai dar uma silagem bem ruim porque não tem um grão de milho."

O efeito na produção de leite também preocupa os produtores. Por falta de pastagem, o volume coletado caiu 15%.
Com a finalidade de amenizar a situação, a prefeitura de São Paulo das Missões está abrindo e limpando bebedouros para os animais, bem como ampliando as redes para garantir água potável à população. De forma emergencial, um caminhão-pipa abastece as propriedades mais atingidas.

Mas o coordenador da Defesa Civil, Vilmar Renner alerta que o problema é decorrência do fato de que muitas pessoas deixam para fazer esse trabalho apenas agora, durante a seca. "O correto mesmo era ter feito durante o inverno, quando manteria os bebedouros cheios."

A prefeitura do município está reunindo documentos para pedir auxílio financeiro ao Governo, de acordo com o prefeito Valmir Thumi, que vai encaminhá-los à Defesa Civil do Estado e da União.







Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir