Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 09-01-2012

FATALIDADE NOS FAZ PENSAR
Teria que despencar a Feira do Sol para refletirmos que a vida realmente n�o passa de um f�lego apenas?
FATALIDADE NOS FAZ PENSAR

Teria que despencar a Feira do Sol para refletirmos que a vida realmente n�o passa de um f�lego apenas? Aquele rapaz que estava a passear por Pi�ma, curtindo a feira com a fam�lia poderia imaginar que viria de t�o longe para morrer no per�odo que escolheu para estar com a fam�lia.

S�o tantas perguntas soltas no ar. De repente algu�m me pergunta: A feira tinha laudo de vistoria do Corpo de Bombeiros? Tinha alvar� expedido pela Prefeitura Luciana? O rapaz era de onde? Ele tinha 34 ou 35 anos? Foi o churrasqueiro que morreu? Foram 10 mortos?

Tantas perguntas que me fizeram os transeuntes, como se eu, pobre rep�rter, que trabalho em busca da informa��o encontrasse respostas concretas para todas.

A esposa do rapaz que morreu l� no hospital nem acreditava no que havia ocorrido. Gritava desesperada com o pai no telefone pedindo que ele deixasse Goi�s e embarcasse no primeiro voou ao Esp�rito Santo: _Mo�a, jura que isso � mentira! Isso n�o � verdade, meu marido est� vivo!

Do outro lado, a m�e e o pai do rapaz morto, desolados, chorando, segurando-me pelo bra�o: _ajude-me, eu n�o sei o que fazer. Ele n�o queria entrar na feira! Ficou do lado de fora. Eu s� entrei para comprar a camiseta dele, olha aqui! Mostrava a camiseta de malha em uma dessas sacolas de pl�stico.

A rep�rter nesse instante esquece as perguntas b�sicas para um lead perfeito, se emociona com as cenas de dor, desespero, ang�stia.

A todo instante, ambul�ncias chegando com a sirene ligada, do Samur, da Prefeitura. Pessoas de branco no hospital t�mido estavam correndo para tentar salvar as vidas que ali chegavam.

O cen�rio era de um filme. De moto, na chuva, pra l� e pra c�, tentado desviar as po�as de lama e barro, buracos que permitiam dan�ar sobre duas rodas. A operadora de celular sem sinal, muitas liga��es ao mesmo tempo, toda imprensa atr�s de informa��o, as fotos tr�mulas, como a m�o que mal segurava o celular encharcado.

As ruas interditadas, lama, chuva, terror. A feira virada ao avesso, as pessoas queriam saber quem estava l� dentro, seria um primo, a m�e, um amigo, elas n�o paravam de perguntar: _ Rep�rter, como isso aconteceu?

A chuva n�o dava tr�gua, o mar revolto, cinzento como o c�u pesado. Teria sido um tsunami, um fura��o, um tuf�o? O que foi aquilo?

Poucas respostas. O coordenador da Defesa Civil sem entender, quase nada sobre o que dizia se limitou a afirmar que foi um acidente natural e que quanto a for�a da natureza n�o h� o que explicar. A TV conseguiu falar com o Corpo de Bombeiros que afirmou ter emitido laudo de vistoria no dia da trag�dia. A Prefeitura afirma que havia alvar�.
Tudo certinho e por que desabou? S� a Feira caiu, virou de pernas pro ar. As barraquinhas da outra feirinha de artesanato na Pra�a Dona Carmem permaneceram l�, mais fr�geis, pequeninas, sem nenhuma beleza aparente.

A majestosa Feira do Sol caiu e ningu�m sabe explicar. H� quem diga: foi para ele. Para o dono da feira o castigo por levar de Pi�ma milh�es de reais a cada ver�o e na cidade investir quase nada.

Ningu�m desejou tamanha trag�dia, ningu�m merecia ver a cena daquela m�e sentada no banco do hospital sem saber abra�ar a nora, de tanta dor, perdida, sem ch�o, sem nenhuma explica��o que levasse ao �bvio. O filho dela estava morto, parece que era �nico, o menino de 34 anos.

Procurar os culpados agora? Deixaram a tenda cair e embaixo dela os sonhos de muitas vidas. Se o tuf�o foi s� para o dono da feira, ele atingiu muita gente, inclusive gente de Goi�s, que agora chora a partida de um rapaz que saiu para passear e nada mais. Tudo isso nos leva a crer que fatalidade nos faz pensar! Que a Feira volte logo, que a chuva pare e que medidas de seguran�a sejam adotadas para que o turista e quem ali trabalha esteja mais seguros diante de uma poss�vel fatalidade.



Fonte: Reda��o Maratimba.com
 
Por:  Luciana Maximo    |      Imprimir