Categoria Ciência e Saúde  Noticia Atualizada em 13-01-2012

Inglesa morre de câncer porque médicos a achavam jovem para teste
Mercedes Curnow, de 23 anos, tinha tumor no colo do útero. Lei do país mudou em 2003 e indica exame só a quem tem mais de 25 anos.
Inglesa morre de câncer porque médicos a achavam jovem para teste
Foto: g1.globo.com

A inglesa Mercedes Curnow, de 23 anos, morreu de câncer de colo do útero porque os médicos disseram que ela era jovem demais para se submeter a um exame de esfregaço (coleta de material para análise em microscópico) e ignoraram os sintomas da paciente por causa da idade.

Após um ano de consultas, em abril de 2010, ela foi diagnosticada com o tumor, mas era tarde demais. Mercedes passou por 33 sessões de radioterapia e nove meses de quimioterapia, mas morreu em sua casa na Cornualha, nos braços da mãe, em 14 de dezembro do ano passado.

A mesma doença foi responsável pela morte da ex-participante do Big Brother inglês Jade Goody em 2009, aos 27 anos. Esse tipo de câncer costuma ser muito agressivo e se espalhar para outros órgãos do corpo. Por isso, quanto mais cedo for detectado, melhor é o prognóstico.

A legislação do Reino Unido mudou em 2003 para indicar apenas mulheres com mais de 25 anos a fazerem exames ginecológicos preventivos, como o Papanicolaou. Anteriormente, todas as pacientes acima de 20 anos podiam fazer o teste.

Antes de morrer, Mercedes pediu e embrulhou presentes de Natal para a família e os amigos. A mãe, Sandra Cousins, criou a Fundação Mercedes Curnow, em memória da filha, para encorajar outras mulheres com menos de 25 anos e sinais de câncer de colo do útero a procurarem um médico o mais rápido possível.

Mais de mil pessoas aderiram ao movimento no Facebook desde que ele foi lançado, em 5 de janeiro. Segundo a página, o objetivo da fundação é oferecer ajuda, aconselhamento e financiamento para testes privados a mulheres com menos de 25 anos. Sandra espera que a lei também mude em breve.

Segundo um porta-voz do Departamento de Saúde inglês, uma comissão de peritos descobriu que o exame em mulheres com idade inferior a 25 anos causa mais danos que benefícios. Ele informou que o rastreamento cervical não é um teste para câncer, mas para detectar anomalias que possam, no futuro, evoluir para um tumor.

Ainda de acordo com o governo, o câncer de colo do útero é raro em mulheres abaixo de 25 anos, e na grande maioria das jovens, as anormalidades se curam por conta própria e não são uma boa indicação de câncer. Além disso, o departamento declarou que, desde a mudança da lei, não houve aumento da mortalidade em pacientes com idade entre 20 e 30 anos.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir