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Republicano Mitt Romney critica Obama por diálogo com Talibã

Favorito da oposição disse ser contra negociar com grupo no Afeganistão. Ele defendeu-se de ataques em debate antes de prévias da Carolina do Sul.
Republicano Mitt Romney critica Obama por diálogo com Talibã

Foto: g1.globo.com

O pré-candidato republicano à presidência dos Estados Unidos Mitt Romney, favorito para vencer as prévias que escolherão o candidato do partido na eleição de novembro, disse na segunda-feira (16) que o país não deveria negociar com o movimento fundamentalista islâmico do Talibã e criticou o presidente Barack Obama por seus esforços para iniciar conversações secretas com o grupo afegão.

Durante um debate na segunda-feira à noite entre os cinco pré-candidatos do Partido Republicano, Romney rejeitou fortemente qualquer tipo de diálogo com o Talibã.

"O caminho correto para a América é não negociar com o Talibã enquanto o Talibã estiver matando nossos soldados", afirmou Romney. "O caminho certo é reconhecer que eles são inimigos dos Estados Unidos.

Romney disse que Obama deixou os EUA numa posição de "extraordinária fraqueza" porque tomou uma decisão baseada em um calendário político quando decidiu retirar as tropas norte-americanas do Afeganistão.

"Nós não negociamos a partir de uma posição de fraqueza quando estamos retirando nossas tropas", disse ele. "Nós não deveríamos negociar com o Talibã. Nós deveríamos derrotar o Talibã.

Ataques

As passagens de Romney pela iniciativa privada e pelo poder público foram o alvo de seus rivais no debate, mas ele escapou praticamente ileso.

Os conservadores Newt Gingrich, Rick Perry e Rick Santorum aconselharam os eleitores a verem de forma crítica o passado do ex-governador.

"Precisamos satisfazer o país no sentido de que o indicado (do Partido Republicano) tenha um histórico capaz de se contrapor a Barack Obama (o presidente democrata, candidato à reeleição) de forma muito efetiva", disse Gingrich, voltando a atacar o rival por sua atuação na firma de investimentos Bain Capital, acusada por críticos de ter causado o fechamento de empregos e a demissão de trabalhadores.

"Houve um padrão em algumas companhias, um punhado delas, de deixá-las com uma dívida enorme, e então em um ano, ou dois ou três, fazê-las quebrar. Acho que isso é algo a que ele (Romney) deveria responder."

Romney defendeu sua atuação na Bain, dizendo que investiu em mais de cem empresas, e que em geral os resultados foram bons, com criação de empregos. "Se as pessoas querem ter alguém que entende como a economia funciona, tendo trabalhado na economia real, então eu sou o cara que melhor pode se posicionar contra Barack Obama", disse Romney.

O ex-governador venceu a disputa republicana nos dois primeiros Estados, Iowa e New Hampshire, e é favorito no sábado na Carolina do Sul, o que pode praticamente selar sua indicação. Na segunda-feira, horas antes do debate, o pré-candidato Jon Huntsman desistiu da disputa e manifestou apoio a Romney.

Os rivais dele ainda terão outra chance para tentar estancar seu favoritismo, num debate marcado para quinta-feira na cidade de Charleston, menos de 48 horas antes do início das primárias da Carolina do Sul.

Num dos momentos mais agressivos nas duas horas do debate de segunda-feira, o governador do Texas, Rick Perry, desafiou Romney a divulgar sua declaração de imposto de renda. Romney deu a entender que só fará isso em abril, época em que os candidatos tradicionalmente divulgam seus rendimentos.

Santorum, que disputa com Gingrich e Perry a preferência do eleitorado mais conservador para se contrapor ao moderado Romney, criticou o grupo Super PAC, que apoia Romney e, segundo seus rivais, estaria divulgando anúncios mentirosos e agressivos.

Romney disse não ter controle sobre esse comitê independente, que já gastou milhões de dólares em publicidade. "Se eles alguma vez colocam um anúncio ou dizem algo que não é exato, espero que eles retirem o anúncio ou o corrijam", disse Romney.

A plateia do debate era formada principalmente por participantes de uma convenção do movimento conservador Tea Party, ocorrida em Myrtle Beach.

Fonte: g1.globo.com

Por: Caroline Costa | Imprimir