Categoria Geral  Noticia Atualizada em 20-01-2012

Com carro de som, manifestantes pedem redução da passagem, no ES
Trânsito foi totalmente interditado naTerceira Ponte por quase 1 hora. Policiais do BME impediram que os estudantes atravessassem a ponte a pé.
Com carro de som, manifestantes pedem redução da passagem, no ES
Foto: g1.globo.com

Manifestantes do Movimento Contra o Aumento (MCA) tomaram as ruas de Vitória em mais um protesto contra o aumento da tarifa de ônibus, no final da tarde desta quinta-feira (19). Segundo a Polícia Militar, cerca de 50 jovens participavam do ato.

Eles se concentraram na Ponte da Passagem, em Vitória, por volta das 17 horase seguiram, posteriormente, em direção à Terceira Ponte. Por volta das 19h20, a polícia liberou as cancelas do pedágio da Terceira Ponte, antes dos estudantes chegarem ao local. Policiais do Batalhão de Missões Especiais (BME) reforçavam a segurança no local. Os jovens chegaram à Praça do Pedágio por volta das 19h40.

O trânsito na Terceira Ponte foi interditado nos dois sentidos, o que gerou um grande engarrafamento nas vias de acesso. Os manifestantes tentaram atravessar a ponte a pé, o que é proibido. Eles chegaram a passar das cabines do pedágio, em Vitória, e tentavam seguir para Vila Velha. Policiais do BME impediram o avanço dos jovens, fazendo um boqueio, sem uso de força.

Manifestantes tentaram negociar com o major da polícia, mas não houve acordo. Aproximadamente uma hora depois de interditado, o trânsito na ponte foi liberado e as cancelas do pedágio também. Os jovens se concentraram na Praça do Pedágio e promoveram um buzinaço. Por volta das 20h40, eles seguiram para a Assembleia Legislativa, em Vitória, e foram embora pulando as roletas dos ônibus, no chamado "roletaço".

Reivindicações

Com um carro de som, os manifestantes pediram a reabertura da CPI do Transcol, a revisão imediata da tarifa, o cancelamento e a devolução do dinheiro do subsídio do Transcol, transparência nos gastos e melhorias no transporte público.

A tarifa do Sistema Transcol, na Grande Vitória, passou de R$ 2,30 para R$ 2,45 e, na capital, a passagem foi de R$ 2,20 para R$ 2,35. Os novos valores começaram a valer no domingo (8). Segundo o governo do Espírito Santo, o reajuste da tarifa acontece uma vez por ano e não há a data exata de um novo aumento previsto somente para 2013.

Ceturb-GV

A Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb-GV) afirmou, em nota, que não há previsão de novos reajustes da tarifa do Sistema de Transporte Coletivo da Grande Vitória em 2012. O sistema de transporte coletivo de passageiros é uma permissão de serviço que a administração pública concede à iniciativa privada e é regulada pela Lei de Concessões. Essa lei dispõe que os contratos de concessão têm previsão de reajuste anual.

A Companhia explicou que o reajuste é necessário porque durante o ano, os custos de operação do sistema aumentam, pois variam os preços dos pneus, veículos (chassis e carroceria), mão
de obra (salário e benefícios dos rodoviários), combustível (óleo diesel), mas a tarifa permanece com o mesmo valor. Por isso, ao final do período de um ano, é necessário recalcular a tarifa, de acordo com a variação dos preços desses componentes e o índice de passageiros transportados por quilômetro.

Prisão

Na manhã desta terça-feira (17), o estudante de física da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) preso, após confessar a participação no incêndio a um ônibus durante o protesto contra o aumento da tarifa do transporte coletivo na Grande Vitória, no Centro da capital, foi liberado no final da tarde.

Segundo o delegado Fabrício Dutra, ele colaborou com as investigações e o juiz entendeu que não havia mais a necessidade de mantê-lo preso. "Mas ele continua respondendo inquérito por dano ao patrimônio público, incêndio criminoso, tentativa de homicídio e será indiciado. Todos os atos estão sendo acompanhados pelo Ministério Público através do procurador de Justiça Sócrates de Souza. Entendemos melhor a dinâmica do fato e vamos caminhar para o fechamento do inquérito", afirma Dutra.

O inquérito será encaminhado para o Ministério Público do Espírito Santo, que vai elaborar a denúncia para a Justiça, segundo o delegado. O estudante deixou a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Vitória, por volta das 17 horas, acompanhado da família.

O delegado também informou que o depoimento do estudante de direito que seria marcado para esta quarta-feira (18), na DHPP, não vai mais ocorrer nesta data. "As intimações vão ocorrer, mas em outro momento", disse.

Na internet

Um dia antes do protesto, o estudante postou uma mensagem no Facebook sobre a manifestação dos estudantes no Piauí. Ele escreveu: "Vitória será diferente. Acrescentaremos fogo". Em depoimento à polícia, o jovem disse que este foi um "comentário infeliz".

Ônibus incendiado

Durante o primeiro dia de protesto contra o aumento da passagem na Grande Vitória, um ônibus da linha 572, que liga o bairro São Torquato, em Vila Velha, a Laranjeiras, na Serra, foi incendiado. O motorista disse que não sabia da realização da manifestação. "Ao chegar na avenida Getúlio Vargas, manifestantes pararam o coletivo e pediram para aproximadamente 30 pessoas saírem. Na sequência, atearam fogo nas rodas", disse.



No dia da manifestação, o estudante Antônio Barbosa afirmou que o incêndio no ônibus não estava previsto nas ações. "Isso só aconteceu por causa da ação do BME. A polícia quis desobstruir o sentido Vitória-Serra, mas queríamos interdição total da pista e liberá-la após falar com o governador", disse o rapaz.

O secretário estadual de Transportes e Obras Públicas, Fábio Damasceno, disse que os estudantes agiram com vandalismo. "O que houve foi vandalismo. Nós tratamos todas as
manifestações dos cidadãos capixabas com muito respeito, mas teve excesso. Hoje os estudantes perderam o respeito, eles são vândalos nãos são manifestantes", disse
Damasceno.









Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir