Categoria Geral  Noticia Atualizada em 24-01-2012

Comerciantes perdem posto durante obra em terminal de ônibus no ES
Trabalhadores devem desocupar área em Vila Velha em fevereiro. Todos os lojistas foram notificados, diz Ceturb-GV.
Comerciantes perdem posto durante obra em terminal de ônibus no ES
Foto: g1.globo.com

Os comerciantes que alugam ou são proprietários de módulos e lojas no Terminal de Vila Velha, na região metropolitana de Vitória, terão que desocupar os locais até o início do mês de fevereiro. Segundo a notificação feita pela Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb-GV), o prazo é de 15 dias e começou a valer desde a última sexta-feira (20).

Segundo a Ceturb-GV, a desocupação dos lojistas é para reforma e ampliação do Terminal de Vila Velha. Porém, muitos vendedores que trabalham no local não sabem o que vão fazer após deixar o comércio. "Eu sustento três filhos, todos crianças. Trabalho aqui para o meu irmão e esse é meu único meio de sustento. Agora, vou ter que comprar o jornal e procurar um emprego", conta comerciante Lilian Chaves, de 37 anos.

O lojista João Batista, de 57 anos, trabalha há 15 anos no terminal e sustenta duas famílias com a renda retirada da sua loja. "Vamos ter que procurar outro meio de sobrevivência. Para a gente que está acostumado a fazer só isso, é muito difícil", declara Batista. "Sustento duas famílias, a minha e a do meu filho, que trabalha comigo. Ele também vai ficar desempregado", completa.

De acordo com a notificação da Ceturb-GV, haverá, no futuro, um processo de licitação para novas lojas no Terminal de Vila Velha. Segundo João Batista, a empresa não deu uma posição sobre uma nova licitação. "Eles só mandaram a gente sair, não falaram nada sobre voltarmos", afirma o comerciante. Maria da Glória Oliveira, de 68 anos, também se sente perdida com a desocupação. "Não consegui me aposentar ainda e sustentos meus netos. Além disso, meu filho está na prisão", desabafa.

O chefe de assessoria jurídica da Ceturb-GV, Elifas Moura de Miranda Jr., disse ao G1 que todos os lojistas foram notificados, inclusive da nova licitação, e todas as notificações foram registradas em cartório. "Sempre há uma insatisfação, mas a prioridade do terminal é o usuário, é para isso que o terminal serve", afirma.

De acordo com o chefe de assessoria jurídica, a Lei não permite que as novas licitações priorizem os antigos usuários. "Isso vai contra a Lei. A oportunidade precisa ser igual para todos", afirma. Segundo Miranda, no terminal antigo, as licitações não tinham prazo, mas no novo terminal o prazo será de dez anos.

Para o vendedor Carlos Antônio Rangel, de 32 anos, a solução para o problema, só Deus sabe. "Não tem como. Tenho família, três filhos. Eu trabalho aqui há dez anos, tem gente que está no terminal há 20. O prazo foi muito pequeno, não sei o que vamos fazer", diz Rangel.












Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir