Junta militar segue no poder em período de transição para a democracia. Parte da oposição protesta contra o ritmo supostamente lento da mudança.
Foto: g1.globo.com Milhares de cidadãos celebraram nesta quarta-feira (25) na Praça Tahrir, no Egito, o aniversário de um ano da revolução que derrubou o ditador Hosni Mubarak.
Parte da população segue insatisfeita com os rumos do país, dominado interinamente por uma junta militar -que anunciou, na véspera, o fim do estado de emergência que vigorou durante todo o governo de Mubarak.
Os protestos no Egito foram inspirados nos da Tunísia, que derrubaram o presidente Ben Ali, e levaram à queda do regime após uma violenta repressão nas ruas.
Hoje, com uma nova Assembleia em funcionamento, parte da oposição egípcia protesta contra o ritmo lento da transição para a democracia e planeja "dar continuidade" à revolta popular que derrubou Mubarak -hoje com a saúde fragilizada e no banco dos réus por corrupção e por abusos na repressão aos oposicionistas nas ruas.
A nova assembleia é dominada por partidos islâmicos, com a Irmandade Muçulmana à frente, e eles são contrários a uma nova revolta e preferem o caminho da democracia.
A junta militar chefiada pelo marechal Mohamed Hussein Tantawi afirmou que vai ceder poder a um presidente eleito democraticamente no final de junho, completando assim a transição.
Na véspera, Tantawi, em um discurso televisionado, anunciou que o Egito vai suspender nesta quarta-feira o estado de emergência em vigor há mais de trinta anos, salvo em caso de crimes violentos -mas ele não explicou esse conceito.
A suspensão era exigida com insistência pelas organizações de defesa dos direitos humanos e por vários partidos políticos.
A lei sobre o estado de emergência, que permite limitar as liberdades públicas e realizar julgamentos em tribunais de exceção, foi mantida em vigor sem interrupção durante os trinta anos de governo Mubarak.
Ela foi instituída após o assassinato do presidente Anuar Sadat por islamitas em outubro de 1981.
A suspensão desta legislação que simboliza a repressão do antigo regime é exigida pelos movimentos que iniciaram a revolta que levou à queda de Mubarak no ano passado, assim como pelas potências ocidentais.
Fonte: g1.globo.com
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