Categoria Geral  Noticia Atualizada em 26-01-2012

Especialista em situação de risco descarta explosão em desabamento
Segundo Moacyr Duarte, explosão não afetaria estrutura do prédio. "Prédio caiu como castelo de cartas até ficar uma montanha de escombros".
Especialista em situação de risco descarta explosão em desabamento
Foto: g1.globo.com

O especialista em situações de risco do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe-RJ) Moacyr Duarte descartou preliminarmente uma explosão como causa do desabamento de três prédios no Centro do Rio de Janeiro na noite de quarta-feira (25), que deixou pelo menos um morto, seis feridos e também desaparecidos.

"Se fosse uma explosão localizada, como no caso do restaurante do Rio em que houve uma explosão de gás, por exemplo, ou um outro produto guardado, você teria o dano em um andar. Estas explosões, elas arrancam as paredes, mas não afetam as colunas",afirmou Duarte ao Bom Dia Brasil.

"E, mesmo que isso (uma explosão) tivesse ocorrido, ela afetaria as colunas, o dano seria só neste ponto, neste andar. O resto da estrutura do prédio permaneceria inteiro, e o natural seria que ele tombasse para os lados", disse. "Por evidências físicas do desabamento de colapso, parece que não foi nenhuma explosão pontual, não";


Duarte aponta que, pela descrição das testemunhas, houve um "colapso progressivo". "O prédio começou a desabar como um castelo de cartas até ficar uma montanha de escombros", diz.

"O colapso foi no prédio maior (de 20 andares), e ele levou os outros dois menores (um deles com 10 andares). Se não fosse um colapso de estrutura progressivo, a gente não teria este empilhamento certinho dos escombros, com aspecto semelhante a uma implosão", afirma.

O especialista acredita que duas coisas podem ter provocado a tragédia: "A primeira hipótese é que estas obras provocaram alguma interferência na estrutura do prédio, levando a um desiquilíbrio no prédio maior, que levou junto os menores. A segunda hipótese, mais assustadora, é que possa ter havido alguma acomodação nas bases dos prédios, estamos na época de chuvas. E isso é perigoso, porque, se houve algum tipo de acomodação, isso é um problema e as outras construções em volta seguem risco", acrescentou.

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RJ) disse que duas obras eram realizadas no prédio de 20 andares que caiu e que estas obras eram ilegais. O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil também confirmaram que obras estavam sendo feitas no local e que apuram as causas da tragédia.

Feridos

Cinco dos feridos receberam atendimento no Hospital Souza Aguiar: quatro homens (dois de 37 anos, um de 31 e um de 50 anos) e uma mulher de 28 anos. O quadro mais grave é o da mulher, que teve lesão no couro cabeludo e passou por cirurgia. Uma mulher buscou atendimento no Hospital Getúlio Vargas. Com escoriações leves, ela recebeu alta durante a madrugada.

Um zelador e um operário, que estava dentro de um elevador, estão entre os feridos retirados com vida dos escombros, segundo o coronel Sérgio Simões, secretário estadual de Defesa Civil. Ainda de acordo com o coronel, as buscas se concentram em dois pontos sinalizados com a ajuda de cães farejadores.

Uma moradora de um prédio vizinho relatou que três andares de um dos prédios passavam por reforma. "De repente, ouvimos um grande barulho e começou a voar tudo", contou a argentina Devora Galavardo, que mora há seis meses em frente ao prédio que desabou.

O leitor, que estava em um bar na Cinelândia, começou a filmar quando a poeira baixou.

O analista de sistemas Fernando Amaro conta que pelo menos cinco pessoas de sua empresa que participavam de um treinamento estariam dentro de um dos prédios que desabou.

Logo após o desabamento, a Light desligou a luz nos arredores para evitar incêndios. Em nota oficial, o Theatro Municipal informou que o desabamento do edifício da Avenida Treze de Maio não causou prejuízos ao prédio, nem danos estruturais. A única parte atingida por escombros foi a bilheteria, no prédio anexo. Nenhum funcionário foi atingido.









Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir