Categoria Ciência e Saúde  Noticia Atualizada em 26-01-2012

Governo destina R$ 16 milhões para ações de combate à hanseníase em 2012
Brasil é segundo país com maior índice de novos casos da doença
Governo destina R$ 16 milhões para ações de combate à hanseníase em 2012
Foto: colegioweb.com.br

O Ministério da Saúde anunciou, nesta quinta-feira (26), que vai destinar ainda este mês R$ 16 milhões para os 245 municípios brasileiros com o maior número de casos de hanseníase detectados. Nesses locais, a taxa de detecção da doença conhecida como lepra chega a 80 por cada 100.000 habitantes por ano.

De acordo com o secretário de vigilância em Saúde do ministério, Jarbas Barbosa, apesar de a hanseníase ter cura e a detecção de novos casos ter caído 15% de 2010 para 2011, o Brasil ainda é o segundo país no mundo com a maior quantidade de casos novos da doença. No ano passado, a Índia teve 120 mil novos registros enquanto o Brasil detectou 30.298 pessoas com o problema.

As regiões brasileiras mais afetadas pela hanseníase são Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Mato Grosso é o Estado com a maior incidência em 2011, com 77,89 novos casos por cada 100 mil habitantes, seguido do Tocantins, com 72,14 e de Rondônia, com 52,55.

A meta, de acordo com o secretário Jarbas Barbosa, é que até 2015 haja somente uma pessoa com hanseníase para cada grupo de 10 mil habitantes. Para isso, os agentes de saúde têm ido atrás de quem convive com os pacientes diagnosticados.

Geralmente a criança é diagnosticada primeiro e por meio dela descobrimos os familiares que já têm a doença não detectada. Então, para cada paciente, examinamos cinco pessoas que têm contato constante com ela.

A hanseníase é uma doença infecciosa que é transmitida pelo contato direto e constante com alguém que tenha a doença. O principal sintoma, que pode demorar até cinco anos para se manifestar, é o surgimento de uma mancha avermelhada ou esbranquiçada que não coça, mas causa sensação de dormência na pele. A doença atinge a pele, os nervos, os braços, as mãos, as pernas, o rosto e as orelhas e, se não tratada, pode provocar ferimentos graves e até a deformação dessas partes.

No entanto, o Ministério da Saúde destaca que a taxa de cura é de 80% para quem se submete ao tratamento, disponível no Sistema Único de Saúde, com o coquetel de medicamentos chamado de poliquimioterapia, que dura de seis meses a um ano. Após esse período, o paciente não transmite mais a doença.

Atualmente, há 23.660 pessoas em tratamento em todo o país e nem todas são curadas porque interrompem o uso dos medicamentos antes de receber alta, segundo o ministério.

O secretário de vigilância em saúde destaca que o maior empecilho à eliminação da doença no Brasil é o preconceito.

- Historicamente essa doença sempre teve uma carga de estigma muito grande. Por isso criamos mecanismos de apoio social para que essas pessoas façam tratamento e não tenham vergonha de dizer que têm esse problema.

No segundo semestre deste ano, o Ministério da Saúde pretende enviar mais recursos aos demais municípios em que há registros da doença. a verba será destinada para investimento em unidade de atendimento e contratação de profissionais para diagnosticar a doença.



Fonte: noticias.r7.com
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir