Categoria Geral  Noticia Atualizada em 03-02-2012

Famílias acampadas retiram tapumes de calçada no Centro de SP
Moradores entraram em acordo com Guarda Civil Metropolitana. Eles pedem abrigo onde possam continuar reunidos.
Famílias acampadas retiram tapumes de calçada no Centro de SP
Foto: g1.globo.com

Depois de entrarem em acordo com a Guarda Civil Metropolitana (GCM), os moradores que passaram a noite na calçada da Avenida São João, no Centro de São Paulo, retiraram os tapumes do acampamento improvisado no início da manhã desta sexta-feira (4). Por volta das 10h, eles ainda estavam no passeio com colchões e sofás enquanto aguardavam um contato com a Prefeitura da capital. Nesta quinta (2), as famílias deixaram um prédio na esquina das avenidas Ipiranga e São João pacificamente após o cumprimento de uma ordem de reintegração de posse.

"Para não ter conflito e para mostrar que nossa luta é pacífica, nós desmanchamos os barracos. Nós aguardamos que, ao longo dia, a Prefeitura ofereça alguma alternativa, porque não podemos deixar as pessoas expostas ao sol desse jeito. Se não houver proposta, nós vamos colocar novamente uma proteção", afirmou Osmar Borges, coordenador da Frente de Luta por Moradia (FLM).

Em nota divulgada na quinta-feira, a Secretaria de Habitação (Sehab) afirmou que foi colocado à disposição das famílias abrigo municipal e realizada uma listagem dos moradores. Porém, ainda de acordo com a administração municipal, as famílias deverão entrar em uma fila para serem atendidas pelos programas habitacionais.

Segundo Borges, as famílias não aceitam ir para albergues. Eles querem pelo menos a possibilidade de conseguir ficar em alojamentos, onde possam continuar juntos. "A rede de assistencial social é destinada aos moradores em situação de rua. Essas famílias têm núcleo organizado e querem permanecer reunidas. A Prefeitura não pode fazer disso sua política habitacional", disse.

O material recolhido foi encaminhado para um depósito da administração municipal, de acordo com o inspetor Queiroz, da GCM. Por volta das 10h, algumas famílias preparavam comida na calçada.

Desocupação

Os moradores disseram que todos foram pegos de surpresa pela decisão judicial tomada na tarde de quarta-feira (1º), que suspendeu os efeitos de uma liminar de 17 janeiro. A liminar do mês passado obrigava a Prefeitura a fornecer "alojamento e abrigo aos moradores do prédio até a efetiva implantação de programa habitacional", sob pena de multa diária de R$ 3 mil."

A Promotoria irá recorrer. Em nota, disse que os promotores de Justiça Maurício Antonio Ribeiro Lopes (Habitação e Urbanismo) e Mário Augusto Vicente Malaquias, coordenador da área de Habitação e Urbanismo do Centro de Apoio Operacional Cível (CAO-Cível), que receberam os moradores desalojados na sede do órgão, informaram à comissão que a situação já foi informada à Procuradoria de Justiça de Interesses Difusos, à qual cabe impetrar recurso contra a decisão da 9ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça.






Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir