Categoria Geral  Noticia Atualizada em 10-02-2012

Mulheres de Campinas que tiveram infecção com próteses mamárias esperam respostas há 8 anos
Quinze mulheres tiveram problemas em 2004. Investigação da Anvisa e Vigilância Sanitária da cidade não identificou o problema após análise.
Mulheres de Campinas que tiveram infecção com próteses mamárias esperam respostas há 8 anos
Foto: g1.globo.com

Mulheres que tiveram infecção depois de implantarem próteses de silicone no início da década de 2000 em Campinas dizem se sentir abandonadas, já que esperam respostas pelas causas do problema até hoje.Em 2004, 15 mulheres tiveram infecções bacterianas depois de colocarem próteses mamárias. A maioria teve que se submeter a uma segunda intervenção cirúrgica para a retirada do silicone, além de um longo tratamento com antibióticos.

"Ficaram a marca e a cicatriz. Um seio diferente do outro, independente da cirurgia ter dado certo ou não", disse a jornalista Taís Picchi Ferrarezi, que teve o problema.A professora de artes Ana Beatriz Pagano resume a insatisfação com o caso oito anos depois. " Para ser sincera, é uma falta de respeito com o ser humano prolongar por tanto tempo uma coisa que estava irregular", disse a professora.

A advogada de Ana Beatriz, Renata Rodrigues entrou com um pedido de indenização na Justiça em 2004, mas apenas em 2009 uma decisão desfavorável à cliente dela foi sentenciada."Entramos com um recurso em segunda instância em 2009, mas hoje não existe nem data no Tribunal de Justiça (resposta recurso). Foi utilizado na cirurgia da cliente dela um medidor não registrado na Anvisa na época.Este registro foi feito só em 2005 (dois anos depois da cirurgia)", disse a advogada.

O caso foi investigado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e pela Coordenadoria de Vigilância Sanitária. Na época a principal hipótese era que os moldes colocados no seio durante a cirurgia antes da prótese definitiva estavam contaminados.

As próteses não tinham registro na Anvisa e eram usados em mais de uma paciente. Os produtos foram recolhidos do mercado e uma distribuidora de Campinas foi lacrada.Apesar de tudo isso, não se sabe ainda com certeza a causa das infecções."Não conseguimos chegar ao resultado, talvez porque pegamos o processo no meio. Também porque laboratórios de referência analisam outros tipos de materiais e não produtos", disse a sanitarista Márcia Beltranelli.Depois do surto a Anvisa regulamentou o uso de moldes e tornou mais rigorosos os critérios de esterilização desses produtos. Além disso, cada instrumento usado na cirurgia agora deve receber um número para ser rastreado.



Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir