Categoria Geral  Noticia Atualizada em 16-02-2012

Oposição pede boicote a referendo anunciado por Assad na Síria
Para rebeldes, nova constituição mantém "prerrogativas absolutas" do líder. Repressão aos protestos contra o governo continuam no país em crise.
Oposição pede boicote a referendo anunciado por Assad na Síria
Foto: g1.globo.com

Membros da oposição da Síria defenderam um boicote ao referendo previsto para 26 de fevereiro sobre uma nova Constituição, pois consideram que o texto mantém o mesmo espírito da atual lei fundamental e concede ao presidente prerrogativas absolutas.

"O projeto de Constituição consagra em seu prólogo e em alguns artigos o espírito do texto atual", afirmam em um comunicado os Comitês Locais de Coordenação (LCC), que coordenam os protestos.

"Outorga ao presidente da República prerrogativas absolutas, o eleva ao status de líder absoluto e eterno, permite a reprodução do regime e não garante, assim como a Constituição atual, a separação dos poderes", completa o texto.

"Os LCC pedem ao povo que rejeite e boicote o pretendido referendo e insista na realização dos objetivos de nossa revolução, de fazer cair este regime", acrescenta, a respeito do presidente Bashar al Assad.

"O regime brinca com a vontade dos sírios porque não existem as condições necessárias para a convocação do referendo. Aqueles que elaboraram o projeto não são legítimos", conclui o texto, em uma referência ao regime de Assad e à repressão contra a revolta que dura 11 meses e continua violenta, principalmente na cidade de Homs, foco dos protestos..
Assad anunciou na quarta-feira um referendo para 26 de fevereiro sobre uma nova Constituição, com base no pluralismo e suprimindo qualquer referência ao partido Baath, que governa a Síria há quase 50 anos
O fim da supremacia do Baath era uma exigência da oposição, que também deseja a renúncia de Assad.

Segundo o novo texto, o presidente ainda terá a prerrogativa de nomear o primeiro-ministro e membros do governo. A oposição exige que o posto seja ocupado por uma pessoa da maioria parlamentar.
Ataque a Hama
Pelo menos 14 pessoas, entre elas quatro civis, morreram nesta quinta durante bombardeio das forças do regime na província de Hama, no centro da Síria, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

"Dez soldados dissidentes, entre eles quatro oficiais, assim como quatro civis, morreram no bombardeio pelas forças do regime na localidade de Kafrnbuda, província de Hama", afirmou o OSDH.

Ativistas presos
Forças sírias prenderam o proeminente ativista pró-direitos humanos Mazen Darwich e vários outros nesta quinta, depois de invadirem o escritório dele no centro de Damasco, disse o oposicionista Louay Hussein.

Hussein disse à Reuters que a ativista Yara Badr também foi detida nessa operação.
Darwich dirige o Centro Sírio para a Mídia e a Liberdade de Expressão e tem sido ativo no registro de violações de direitos humanos cometidos pelas forças sírias na revolta.
Ele havia sido detido no ano passado, após tomar parte em uma manifestação para a exigir a libertação de prisioneiros políticos.

China
No campo diplomático, a China anunciou nesta quarta-feira que enviará o vice-ministro das Relações Exteriores, Zhai Jun, à Síria.

A China, ao lado da Rússia, se opos no Conselho de Segurança da ONU à aprovação de uma resolução condenado o regime de Assad.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir