Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 12-03-2012

Lágrimas e saudades...
Por algum tempo estive sem escrever e aproveitei para conhecer outros textos. Apaixonei-me pela escrita de Ana Jácomo e indico sua leitura, mas dentro de mim há algo que grita, que esbraveja, que quer explodir.
Lágrimas e saudades...
Foto: www.maratimba.com

Não sei se vejo sentido na poesia; se tudo é ilusão; se até nas palavras há miragem, ou se apenas, dor da solidão...

Li, decorei, ensaiei... Não representei! Sinto-me como a fênix, ressurjo das cinzas, cotidianamente! Os meus 15 anos ficaram para trás, os meus 25, também! Bons momentos, tristes recordações. Tudo são fragmentos, tudo é paixão.

Os papeis que me deram, com você contracenei. Sorri. Chorei. No palco da vida não existem cortinas para receber os aplausos ou para anunciar o 2º ato. Somos todos atores e diretores de nós mesmos, até que o Escritor decida pôr um ponto final, ou reticências...
Por vezes, curvamo-nos, aguardando a aclamação, por outras, reservados ficamos. Tomamos decisões nem sempre acertadas. À consequências, submetemo-nos! Nem sempre aceitamos e tentamos mudar o curso, talvez, tardiamente, e assim, sucessivamente erramos, acertamos, retificamos, colamos os cacos e nossa vida se torna um mosaico.

Como música, triste ou alegre, dançante ou desritmada, passamos os nossos dias, a mercê das imposições, das ditaduras, do convencional, do cominado por uma sociedade conservadora, hostil, transloucada, febril. No teatro ou no circo, contrarregra ou malabares, cá estamos, faz parte do show.

Com o lápis e o papel, riscos, rabiscos, rascunhos e resenhas. De todas as cores, dores. Sentimentos, vazio, solidão, nostalgia. Ao assento na poltrona para o grande espetáculo, expectadores, às vezes, nos colocamos. Laureamos, emocionamo-nos, escarnecemos, aguardamos, enraivecemo-nos, e no gran-finale, levantamo-nos, comentamos, xingamos.

Da coxia à ribalta, prefiro a avant-première! Não gosto dos alçapões, nem do proscênio.

Gosto da boca de cena. De todas as minhas personagens, minha preferida sou eu, intérprete que sou. Mise en scène de meu best-seller, sou troupe comigo mesmo e assim, reconto as manhãs, os entardeceres, as noites e madrugadas.

Truncados ou não, minha dor, meus ais, minha esperança são transcritas através de pantomimas e canções, poemas e fantoches... Maquiagem? Sim! Máscaras? Não! Sinceramente? Há "um grito parado no ar"...


Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  José Geraldo Oliveira (DRT-ES 4.121/07 - JP)    |      Imprimir