Categoria Politica  Noticia Atualizada em 26-04-2012

Advogado entrega defesa prévia de Demóstenes no Conselho de Ética
Defesa diz que gravações das conversas podem ter sido adulteradas. Na peça, senador reafirma relação de amizade com o bicheiro Cachoeira.
Advogado entrega defesa prévia de Demóstenes no Conselho de Ética
Foto: www12.senado.gov.br

O advogado de Demóstenes Torres (sem partido-GO), Antonio Carlos de Almeida Castro, entregou na noite desta quarta-feira (25) ao Conselho de Ética do Senado a defesa prévia do senador. O órgão vai analisar o envolvimento do senador com o bicheiro Carlinhos Cachoeira e pode recomendar a perda do mandato, que é decidida pelo plenário da Casa.

Na peça, que contém 61 páginas, o advogado pede o arquivamento do pedido de abertura de processo por suposta quebra de decoro parlamentar. Caso o Conselho decida por levar o processo adiante, o advogado pede uma série de diligências, como perícias nas gravações que apontam relações entre o senador e o bicheiro. Kakay, como é conhecido o advogado, argumenta que as gravações podem ter sido adulteradas.

"Tivemos acesso agora à esta prova e notamos que existem alguns erros que podem comprovar a adulteração desta mídia, o que é uma coisa bastante grave", disse. "Estamos pedindo uma série de diligências, uma série de providências para que o perito possa se manifestar. Vivemos a ditadura dos grampos telefônicos", completou.

O Conselho de Ética se reúne na manhã desta quinta para analisar a defesa. O relator do caso no Conselho de Ética, Humberto Costa (PT-PB), afirmou que pretende entregar seu parecer prévio entre os dias 2 e 3 de maio. Depois, os integrantes do Conselho terão cinco dias úteis para analisar o parecer. Eles podem decidir pelo arquivamento do caso ou pelo aprofundamento das investigações.

Outro pedido de Kakay é para que o requerimento que pede a investigação de Demóstenes seja suspenso até manifestação do Supremo Tribunal Federal referente às gravações que envolvem o senador. Tramita no Supremo ação de Demóstenes para declarar as gravações ilegais, sob o argumento de que deveriam ter sido autorizadas pelo próprio STF, já que o senador tem foro privilegiado.

Se ainda assim a investigação prosseguir, a defesa do senador pede que sejam chamadas testemunhas para cada um dos fatos questionados. O próprio Cachoeira é colocado no rol de testemunhas que podem ser chamadas pelo senador.

Segundo Kakay, na defesa o senador não nega que tenha proximidade com Carlinhos Cachoeira.
"Ele [Demóstenes] tem um relacionamento próximo [com Cachoeira]. As famílias são próximas, as mulheres são próximas. Ele continua afirmando e não há nenhuma modificação quanto a isso".

A defesa ainda coloca que o senador está sendo obrigado a se defender de "factóides". "Muito pior do que o martírio de ter o nome, a respeitabilidade e a honra como cidadão e como parlamentar questionados publicamente, é ser obrigado a se defender desses factóides inverídicos perante seus pares, lançados à mídia de forma parcial, não contextualizada, no claro intuito de realizar um prejulgamento do defendente e, mais, buscar nítida desestabilização política", diz a defesa.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir