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Cotas raciais, racismo ou necessidade?
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Programa cria uma discrimina��o entre os cidad�os brasileiros, ofendendo os princ�pios constitucionais da isonomia e da igualdade. Foto: www.maratimba.com Nos �ltimos dias, acompanhamos nos notici�rios os julgamentos do Superior Tribunal Federal, sobre as cotas raciais serem constitucionais ou n�o, tanto para os alunos da UnB (Universidade Federal de Bras�lia) quanto � Inconstitucionalidade do ProUni proposta pela Confedera��o Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen) e pelo partido Democratas, segundo o qual o programa criou uma discrimina��o entre os cidad�os brasileiros, ofendendo os princ�pios constitucionais da isonomia e da igualdade. O resultado foi de "lavada" cinco votos a zero, na primeira, e, sete votos a um, na segunda. O ProUni se faz necess�rio, haja vista que aqui no estado de cada 60 vagas de medicina na UFES, em m�dia 48 delas, s�o de apenas um cursinho pr� vestibular famoso (cujas mensalidades s�o exorbitantemente fora da realidade)... Mas este n�o � o tema central do debate, a pol�mica fica por conta das cotas raciais. Esclarecida a quest�o da constitucionalidade das cotas raciais no ensino superior, fica agora o debate e a argumenta��o de todos os cidad�os, seja no trabalho, conversas informais, redes sociais (que pouco vi tratar do assunto curtindo ou compartilhando), se as cotas raciais s�o na pr�tica racismo declarado ou se � uma forma de reparar muitas das injusti�as sofridas pelas "pessoas de cor". Expresso dessa forma meu ponto de vista sobre o assunto. Sou favor�vel �s cotas para negros, n�o apenas pela d�vida hist�rica, mas tamb�m para que os mesmos sintam que tamb�m � poss�vel chegar l�. Como a maioria, sou mais a favor do forte investimento na educa��o de base, para que em um futuro pr�ximo todos possam concorrer de igual para igual, e assim n�o se fazerem necess�rias essas cotas. Por�m, como esse processo � longo, n�o podemos deixar que uma gera��o inteira se perca por causa de erros do passado. As cotas s�o um acordo enquanto no mundo n�o h� justi�a. A obra da escravid�o � uma longa, angustiosa e intermin�vel hist�ria. "N�o basta acabar com a escravid�o. � preciso destruir sua obra". Dizia Joaquim Nabuco, h� dois s�culos. E, at� hoje continuamos no d�bito. Somos o �ltimo pa�s do mundo a terminar a escravid�o legal, enquanto discutimos se os negros brasileiros merecem o tratamento de uma discrimina��o positiva. O racismo n�o ser� produzido com as cotas raciais, ele j� existe no Brasil desde que se come�ou a traficar escravos para a Am�rica Portuguesa. Mesmo depois da aboli��o, o racismo persistiu da pior forma poss�vel: velada, escamoteada e travestida de boas inten��es, tal como estas que EM MINHA OPINI�O o DEM defende (cotas sociais no lugar de raciais). Como disse um colega no twitter, se algu�m diz n�o saber identificar no Brasil quem � negro de quem n�o �, basta chamar a pol�cia, pois estes, em sua maioria, sabem-no muito bem. Todos devem saber: um pobre branco n�o � tratado pela sociedade da mesma maneira que um pobre negro. Este �ltimo carrega, na pele, o peso de um passado opressor que jamais foi superado no Brasil e continua oprimindo o negro ainda hoje e n�o a 300 anos atr�s, como muitos creem. Pesado ler isso, n�o �? Pense agora naquela piadinha do tipo, se voc� fez algo errado fez coisa de preto, e se o negro fez algo errado: tinha que ser preto. Mais duro � ouvir isso, como j� ouvi diversas vezes. Existe um mito de que o maior racismo parte do negro para o negro. Discordo! Isso � mais uma grande mentira repetida mil vezes at� se tornar uma verdade, h� quem acredite. Outra mentira repetida � que isso fomentar� ainda mais o racismo. Ora bolas, o Brasil se diz um pa�s n�o racista, mas todos sabemos que, infelizmente, ele existe, n�o fossem algumas leis pesadas e na teoria inafian��veis, seria como nos EUA onde existem bairros negros e bairros brancos e o racismo � declarado de um lado e do outro. Isso � mostrado no repetitivo seriado da Record "Todo mundo Odeia o Chris". N�o que eu concorde com o que ocorre na terra do Tio Sam, longe disso. A maior prova dessa tolice, os americanos deram nas urnas ao elegerem Barack Obama presidente. Mas e muitos de n�s quando n�o concordamos com as cotas? Vamos dizer que somos todos iguais perante a lei? Diremos que de acordo com a constitui��o todas as pessoas devem ser tratadas de modo igualit�rio, e continuar achando coisa de "preto" tal m�sica, tal roupa, tal servi�o, tal comida, tal isso e tal aquilo? Reflitamos... O grande questionamento que trouxe � tona esse assunto foi o crit�rio utilizado na escolha dos candidatos na UnB (visto que irm�os g�meos se inscreveram e apenas um entrou pelo sistema de cotas raciais, tendo que ir � justi�a para fazer valer seus direitos). A melhor atitude seria a autoafirma��o, ou seja, vale o que o cidad�o se declarar no ato da inscri��o. Pode ter malandragem? Talvez, mas temos uma legisla��o para punir quem ache "oportuno" se passar por negro. Fonte: Reda��o Maratimba.com
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| Por: Carlos Junior Xavier da Cruz | Imprimir |
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